Destaque da programação noturna da ESPN Brasil no Sportcenter, em parceria com Antero Greco, o apresentador e narrador Paulo Soares, o Amigão, recorda a origem do apelido e como surgiram as irresistíveis risadas ao vivo.
Boteco – Em qual rádio surgiu o apelido Amigão?
Amigão – Na Record. O Oswaldo Paschoal, que trabalha na Fox, era muito criativo, era repórter. E sempre criava bordões e passava pros locutores com um apelido. Ele criou: “Cledir Oliveira, o locutor que toca de primeira, Reinaldo Costa, o locutor que a galera gosta”. Um dia, como eu sempre fui amigo de todo mundo, o Paschoal falou: “vem aí o Amigão da Galera”. E vinha a vinhetinha: “Paulo Soares”. E ele insistiu, Amigão da Galera, Amigão, o pessoal me chamava de Paulinho, a partir de 89 passou a ser Amigão. Hoje eu sou mais Amigão do que Paulo Soares ou Paulinho.
Boteco – Até saiu o da Galera…
Amigão – Como eu comecei a fazer televisão, o pessoal passou a me chamar de Amigão. E virou Amigão para todo mundo, se estou trabalhando ou fora do trabalho, ligam: “oi, Amigão, tudo bem?”. Não cabia o Amigão da Galera mais.
Boteco – Você gostou desde o início do apelido?
Amigão – Eu gostei muito, porque é uma coisa simpática, eu agradeço o Paschoal até hoje. Às vezes é engraçado, eu estou em um restaurante, alguma mesa vira: “oh, Amigão”. Eu dou uma olhada assim, mas é o garçom que estão chamando. Curioso é que o Amigão já era uma marca muito forte, na ESPN, SBT, Rádio Globo, Record. Na Rádio Bandeirantes, os caras proibiram. Como o Dirceu Maravilha, que foi proibido de usar o Maravilha, chamavam de Dirceu Marchiori. Eles achavam brega. Eu achava um erro da Bandeirantes.
Boteco – Em alguma ocasião, saiu algo no ar que não podia?
Amigão – Essa coisa que as pessoas começaram a descobrir no Sportcenter, eu e o Antero… Faz 16 anos que a gente faz o Sportcenter e que a gente ri. No começo, a gente até ficava preocupado: “os caras vão demitir a gente”. E a coisa da risada vem desde o rádio de Santos porque o primeiro cara com quem eu ria muito era o Paulo Roberto Martins, a gente saia do ar em toda transmissão praticamente.
Boteco – Durante o jogo?
Amigão – Durante, no intervalo… Teve uma transmissão no Parque Antárctica, eu tive que parar, tirar ele da cabine, trancar a porta e o jogo comendo… Ele ficava provocando e o Pinheiro, repórter, lá embaixo, pegava o microfone, porque a gente saia do ar: “o que tá acontecendo aí na cabine?”. O Paulo Roberto foi o primeiro cara com quem eu ria muito. E os caras riam com ele, o Luís Roberto (hoje narrador da TV Globo) não se aguentava. Depois, a gente ria muito na Rádio Globo, saia do ar praticamente sempre.
Boteco – E os ouvintes gostavam como hoje no Sportcenter?
Amigão – O pessoal se divertia, mas no rádio, a gente fechava o microfone, o cara em casa não sabia o que estava acontecendo. Entra o plantão, a vinheta, pra cobrir buraco. Na televisão, o cara te vê, não tem jeito, ou o câmera, o diretor de TV corta, mas os caras largam a gente rindo. E a gente foi fazer uma Copa América no Equador, em 1993, eu, o Paulo Roberto, Zé Kalil e o Cícero Mello, da ESPN, mais o Osmar Santos. Todos os jogos, a gente dava risada, saia do ar. Aí veio um recado, Oscar Ulisses era o chefe. “Os caras vão te demitir”. Quanto mais falavam, mais a gente ria.
Boteco – E o Osmar? Não gostava?
Amigão – O Osmar chegou: “pelo amor de Deus, os caras vão demitir vocês, controla um pouco”. Aí na transmissão, o Osmar era o primeiro a rir.
Boteco – Amigão volta para abordar o início da parceria com Antero Greco e momentos divertidos no Sportcenter.