quarta-feira, abril 16, 2025
INICIAL☆ Capa EsporteAmigão recorda tensão envolvendo Copa Libertadores e hooligans

Amigão recorda tensão envolvendo Copa Libertadores e hooligans

No último capítulo de seu bate-papo no Boteco, o narrador e apresentador do Sportcenter, da Espn Brasil, Paulo Soares, o amigão, recorda momentos de tensão na Libertadores e Copa do Mundo.

Boteco – Já passou por alguma situação complicada?

Amigão – Sempre, campo do Newells, do Rosário Central, é preocupante. E normalmente você fica sozinho na cabine, exposto, porque viaja narrador e repórter, e às vezes um técnico de áudio, mas muitas vezes o técnico tá no campo. Você olha pra cabine: do lado tá o Oscar Ulisses, pra outra, o Osvaldo Maciel, os caras sabem que a gente é forasteiro. Pra eles a gente está vestindo a camisa do time que está ali. Na hora, você não tem time, é profissional. Tem muitos que dizem: o meu time é o Itaú Futebol Clube, o Bradesco, não tem time na hora da transmissão. Tive problema já em Montevidéu, no Estádio Centenário. Curioso em que em La Bombonera, eu transmiti um jogo do São Paulo no meio da torcida, não tinha cabine. Mas eu tive sorte, porque cheguei cedo, fiquei sentado nas numeradas sozinho, com aqueles torcedores do Boca em volta, mas consegui fazer a política da boa vizinhança e foi uma transmissão normal.

Boteco – É mais provocação ou chegam a arremessar algo?

Amigão – Ah, jogam, teve um jogo no Newells, tentaram quebrar a cabine, acho que da Rádio Globo, o Oscar estava na Globo e eu na Bandeirantes. O Oscar transmitindo, os caras quebraram todo o vidro e a Polícia não fez nada. Sofri em Alvejaneda, no campo do Independiente, no Racing. Mas experiências ficam marcadas. E como é gostoso trabalhar, fazer, por exemplo, uma Champions League. É como estar no que há de melhor. A atmosfera, o ambiente, o luxo, o glamour… Primeiro que Europa é Europa, né?

Boteco – O avesso da Libertadores?

Amigão – Totalmente, tudo bem que existe a questão de hooligans, sofri uma vez em Londres com os holligans. Tem uma passagem pesada. Copa do Mundo da Alemanha, em Munique, em 2006, eu e o Paulo Calçade fomos fazer, em Gelsenkirchen, Inglaterra x Portugal, do Felipão. Portugal tira a Inglaterra, vai jogar a semifinal. Nesse jogo a gente não teve carro pra voltar. Pediram para eu e o Calçade voltarmos de trem, e o coordenador, o Fabiano. E o trem passa do lado do estádio, pegamos o trem, forrado de ingleses, a torcida entupiu aquele trem e a gente foi no meio. E não tinha jeito, ou você vai ou fica. Vamos nessa, né? E com equipamento, mochila, credencial. E a gente está no trem e naquele momento estava jogando Brasil e França, e a França elimina o Brasil. E a gente está no trem, todo mundo com radinho e os ingleses putos porque perderam de Portugal, mas ao mesmo tempo, eles têm uma alegria, todos bêbados, atolados de cerveja. E no trem tomando cerveja.

Boteco – Eles estavam alegres mesmo perdendo?

Amigão – Alegria porque são alegres, mas são chatos, estavam tristes, mas mais preocupados com a bebida. Aí saiu o gol da França, o trem vibrando. E viram que a gente não era inglês e não era alemão, ou a gente era brasileiro ou português. Ficaram provocando. Mas encheram tanto o saco que a gente teve que descer. Era um trem que corre no meio de uma estrada. Descemos no meio do nada, vimos umas casinhas próximas, tinha um bar de jogos, pessoal vai jogar dardo, tava ainda fechado, mas tinha uma funcionária, tentamos táxi, não conseguimos, não tinha carro da TV pra buscar a gente. Voltamos a pé, a estrada toda, andando no canteiro até chegar em Dortmund, lá conseguimos um táxi para o hotel. Foi terrível. A gente falou: os caras vão bater na gente, você perdido num mar de ingleses, os caras loucos…

Boteco – Valeu, Paulo!

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments