sábado, abril 19, 2025
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Amigos, eu vi! 13ª parte – Memorial

Cidade pacata, famílias tradicionais, tranqüilidade nas ruas, raros acontecimentos policiais, gente amiga e acolhedora, simplicidade de vida… Assim era a Mogi Mirim dos anos 40,50 e 60. E dessa época muita coisa eu vi. Amigos, eu vi a Praça Rui Barbosa borbulhando de gente nas festas cívicas e sociais, nas missas domingueiras da matriz de São José, na matines do Cine São José, no “footing”, nas rodinhas de curiosos ouvindo os causos do Frederico e do Gastão Paranhos.

Conheci os prefeitos João Missaglia, Bépe Albejante, Adib Chaib, todos dessa época distante, os primeiros eleitos após a ditadura Getúlio Vargas, com o país voltando à normalidade política e democrática. Eu vi o lançamento no ano de 1951 da revista “A Paulistinha”, fundada por Rogério Lauria Tucci, o Rogito. Suas edições continham noticiário e reportagens abrangendo a região, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, São João da Boa Vista, Itapira, Conchal, Jaguariúna, Arthur Nogueira, Pinhal, Santo Antonio de Posse. Foi um grande sucesso e sendo disputada avidamente pelos leitores.

Assisti as antigas festas juninas na cidade e nos sítios e fazendas do município e região. Eram magníficas as organizadas pelo Antonio Pila, Graciliano Fernandes, das famílias Mantovani, Vischi, Campardo, Boró e tantas outras da região da Vatinga, Ponte Alta, São João da Glória, Sete Lagoas. Lembro ainda das cantorias em homenagem à São João: “São João está dormindo, não acorda não”; “É de cravo, é de rosa, de manjericão”; “Se São João bem soubesse quando é seu dia, do céu à terra desceria, cheio de prazer e alegria!”. E a criançada cantando: “Uma, duas, argolinhas, finca o pé na pampolina. O rapaz, que jogo faz? Faz o jogo do gamão. Arretira o seu pezinho, senão vai um beliscão”. E as bem organizadas quadrilhas, o pau de sebo, o pula-fogueira…

Eu conhecia a Mogi Mirim da época do Dr. Wando Henrique Cardim, Juiz de Direito da Comarca de Mogi Mirim, do promotor público Dr. Melchiades de Vilhena, do delegado de polícia Dr. Gabriel da Silva Faro, do vigário da Paróquia de São José, o então Cônego José Nardin, inesquecíveis autoridades.

Fui freguês da Loja do Surur, de José Surur, um cidadão popular e bastante estimado, pai de meu amigo Décio e do palmeirense fanático Dirceu, este último já falecido e pai de meu colega jornalista Fernando Surur.

Presenciei as grandes manifestações na cidade por motivo da deposição do ditador Getúlio Vargas, pelas forças armadas, em 29 de outubro de 1945.

Houve reações diversas: uns, apoiando a decisão e o retorno à normalidade política no país e a democracia e constitucionalidade; outros, lamentando o afastamento do chamado “pai do povo” e que, durante sua administração criara as leis trabalhistas, o direito da mulher ao voto e a criação de empresas nacionalistas como a Petrobrás e a Usiminas.

Amigos, eu vi e participei das grandes festividades quando da comemoração dos 200 anos da criação da Paróquia de São José (1751/1951). Na época foi sagrada a igreja matriz com magnífico cerimonial presidido pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo. Milhares de mogimirianos assistiram os solenes acontecimentos.

Tudo isso eu vi e vivi, desde o meu nascimento na Rua Padre Roque numa casa que ficava ao lado do Bar Formenti (hoje, uma farmácia), até os dias atuais em minha querida Mogi Mirim!

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