sexta-feira, outubro 18, 2024
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Amigos, eu vi: anos 1950 – Parte Nº 103 – Nº 773

Há mais de 70 anos, Mogi Mirim era uma cidade tranquila, segura e onde os boletins policiais eram apenas de casos com brigas de faca nos bares e roubos de galinhas e cavalos. Nesses “anos dourados”, vi, vivenciei, ouvi, ou participei de fatos históricos da época:

– Em 1957, a cidade teve a grande surpresa com a chegada das primeiras imagens de televisão, seis anos depois do funcionamento da emissora pioneira – TV Tupy. Após diversas tentativas, João Marques Ocari fez funcionar uma aparelhagem repetidora da TV Tupy e da TV Excelsior. Na Praça Rui Barbosa, o povo se aglomerou para assistir as primeiras imagens de televisão, vindas de um aparelho instalado no alto do Palácio dos Rádios, de José Martinelli. Foram imagens chuviscadas em preto e branco que decepcionaram os mogimirianos. Eu estava assistindo junto com o povo e ouvi diversos comentários feitos: “Essa tal televisão nunca vai ser como cinema”; “Eu nunca vou comprar um aparelho desses para assistir essa porcaria de imagem”. Entretanto, essas opiniões iniciais mudaram anos depois, com o aperfeiçoamento técnico da televisão.

– Os constantes problemas com o abastecimento de água e com a rede de energia elétrica, sofrendo apagões diários, com luz fraca e piscando, estava levando os mogimirianos ao desespero, prejudicando o comércio e principalmente as indústrias da cidade. As reclamações eram constantes e o povo ironicamente criou uma frase que ficou na história – “Mogi Mirim, cidade que me seduz, de dia falta água e de noite falta luz”.

– Fortes e seguidas chuvas no ano de 1958 trouxeram graves prejuízos ao município. A coragem e determinação do mogimiriano Lázaro Adorno acabou evitando aquele que teria sido o maior desastre ferroviário de todos os tempos no Brasil. Lázaro, que residia em um sítio próximo ao Rio Pirapitingui, ouviu, durante a noite, um forte estrondo. Preocupado, foi verificar o motivo e se deparou com a queda de grande aterro que sustentava os trilhos da Companhia Mogiana, que ficaram soltos no ar, sem apoio. Ele lembrou que, naquela hora, iria passar o trem noturno que vinha de Ribeirão Preto com destino a Mogi Mirim. Desesperado, Lázaro ficou sinalizando com uma lanterna, alertou o maquinista do trem, que freou a poucos metros da queda do aterro, evitando a morte de cerca de 200 pessoas que eram passageiros do trem.

Lázaro ficou conhecido em todo o Brasil, como herói, recebendo diversas homenagens, inclusive do presidente Juscelino Kubitschek. Essa história foi explorada pelo ator Mazzaropi no filme “Chico Fumaça”, grande sucesso na época

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