segunda-feira, setembro 16, 2024
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Amigos eu vi! é tema da coluna de Nelson Patelli

Amigos quando criança eu costumava comprar balas e doces no “Armazém Zorzetto”, levando no bolso a moeda de “quatrocentão” (quatrocentos réis) que ganhava de meus pais e avós. Era atendido pelo proprietário Victorio Zorzetto e que nem contava as balas, enchendo as mãos como era costume na época. O armazém ficava na Rua Cel. Guedes, a famosa rua do Mercadão. Hoje, o armazém se transformou no Supermercado Mirim, administrado pelos descendentes de Victorio. Conheci o Zé Manivela, que costumava cantar imitando o tenor Vicente Celestino. O Zé engrossava a voz, fazia pose de artista e desfilava canções do repertório vicentino, como O Ébrio, Porta Aberta, Gilda e outras da época do romantismo musical. Vi a inauguração, em 1951, das Casas Pernambucanas à Rua Conde de Parnaíba há exatos 63 anos. O fato foi considerado importante para o comércio mogimiriano, que até então era escasso no setor de tecidos e roupas feitas. Como todo o povo de Mogi Mirim, fiquei abalado emocionalmente com um hediondo crime ocorrido no primeiro ano da década de 50, que foi o assassinato do menino Carlos Rafael Albejante! Filho de tradicional família mogimiriana, Carlos foi encontrado morto em um matagal próximo ao centro da cidade. Depois de muitas investigações, a polícia local comandada pelo delegado Dr. Gabriel da Silveira Faro chegou ao principal suspeito do crime: o ancião José Francisco Laurente, vulgo “Bepão”. Preso, Bepão declarou-se inocente. Ele era uma figura folclórica da cidade, portador de problemas mentais e considerado por todos como pessoa dócil e não agressiva. Mas, mesmo sem provas cabais, Bepão foi preso e até hoje há quem duvide que ele foi o autor daquele crime bárbaro. Lembro de outro trágico acontecimento e que ocorreu cerca de um ano depois na vizinha cidade, Campinas. Um dos mais tradicionais cinemas daquela cidade, o Cine Rinque, teve a parte central de seu teto desabando durante uma sessão cinematográfica. Centenas de pessoas estavam no Cine Rinque naquela ocasião e o acidente causou a morte de 31 pessoas e ferimentos em quase duzentas! O fato teve repercussão nacional e Campinas ficou de luto. Nos meus tempos de estudante e quando era escalado pelos colegas e professores para fazer um discurso, ou festivo ou de formatura, lembrava sempre de um pensamento do Dr. João Ferreira de Morais Junior e que afirmava: “Há quatro tipos de discursos: o bom-bom, o bom-ruim, o ruim-bom e o ruim-ruim. Bom-bom é discurso bom e curto, o Bom-ruim é discurso bom e comprido, Ruim-bom é discurso ruim e curto, Ruim-ruim é discurso ruim e comprido.” Sábias palavras e que eu costumava guardar e seguir como exemplo. Participei das muitas brincadeiras quando criança: rodar pião, empinar papagaios, barreletes e maranhões, jogos de biróca e quadrado, rapa de figurinhas, rodas de cantorias. Dessas últimas, lembro de alguns versos antigos e famoso: A canoa virou, por deixá-la virar, foi por causa do Zezinho e que não soube remar… Outra: O anel que tu me deste era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou… Mais uma: Terezinha de Jesus deu um tombo e foi ao chão, acudiram três senhoras e todos com chapéu na mão. O primeiro foi seu pai, o segundo, seu irmão, o terceiro foi aquele a quem deu seu coração… Quanta poesia e romantismo de um tempo que não volta mais! Preceitos Bíblicos – “Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor e o povo ao qual escolheu para sua herança. Ele é que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.” (Salmo 33,12-15). Túnel do Tempo – 1º de novembro de 1931 – Nessa data iniciou sua circulação o jornal O Popular, o primeiro com esse nome (o segundo é o atual). Tinha como proprietário Mário Franco e com redator-chefe João Branco de Abreu, sendo gerente João Baptista Peres Marques. Inicialmente, circulava aos domingos, depois às quintas-feiras e domingos e, ocasionalmente, de segunda a sábado, menos aos domingos. Livro Causos pela vida – O empresário Antonio Roberto Guarnieri obsequiou-me com o livro de sua autoria em que conta meia centena de curiosos causos ouvidos ou por ele presenciados. Confesso que muito me diverti com a leitura das engraçadíssimas histórias contidas na obra “Causos pela vida”. Ao Roberto meus parabéns pelo ótimo livro e agradeço pelo brinde. Legenda da foto – Em 1943, alunos do Colégio Diocesano de Campinas visitaram Mogi Mirim. Foram recepcionados pelo Vigário da Paróquia de São José, Monsenhor Moyses Nora (ao centro), defronte a Igreja do Carmo. A parte fronteiriça dessa igreja foi reformada em 1916, mas a construção é de 1847.

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