sábado, novembro 23, 2024
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Nelson Patelli Filho: Em Amigos, Eu vi! (n° 509)

Continuando a série sobre acontecimentos ocorridos em Mogi Mirim durante o século passado, anoto fatos que vi, ouvi ou li, referente ao ano 1947:
Em 7 de fevereiro de 1947, foi eleita a primeira diretoria do Aeroclube de Mogi Mirim: presidente Henrique Cintra de Ornelas Filho e vice-presidente Antonio André (Moreno); diretor de campo Walter Bianchi, 1° secretário José Bernardes de Oliveira (Juca) e 2° secretário Raul Lovo; 1° tesoureiro Mauro Antunes Garcia e 2° tesoureiro Victório Cerrutti; orador oficial Dr. Norberto de Araújo Coelho.
Essa diretoria planejava construir o hangar para abrigar aviões, reconhecer oficialmente junto ao governo o campo de aviação da cidade e oferecer aulas de pilotagem aos interessados e associados, além de contratar um instrutor de voo. Esse planejamento possibilitaria receber um avião de treinamento e que foi oferecido pessoalmente pelo grande jornalista da época, Assis Chateaubriand.
Depois de terminar minhas aulas noturnas no Ginásio São José, eu costumava lanchar no Bar Coan com meus amigos e colegas, tomando refrigerantes (guaraná da fábrica de refrigerantes Storti) e degustar um sanduiche bauru (presunto, queijo e tomate, em meio a animado bate-papo com minha turminha).
O Bar do Coan localizava-se à Rua XV de novembro, no ponto onde hoje existe o estacionamento do Bradesco.
Durante minha adolescência, eu presenciei, li e ouvi fatos relacionados à primeira eleição ocorrida no município após a redemocratização no Brasil, com o término da ditadura Getúlio Vargas, em 1947. De 1930 a 1° de novembro de 1947, durante quase 18 anos no regime ditatorial, Mogi Mirim teve 23 prefeitos nomeados diretamente pelo governo, com mandatos curtos e trocas sucessivas.
Finalmente, em 9 de novembro de 1947, aconteceram eleições populares no município de Mogi Mirim, então composto da sede, Mogi Mirim, e dos distritos de Conchal, Artur Nogueira, Santo Antônio de Posse e Jaguariúna (todos foram desmembrados de 1948 a 1953). Foram eleições animadíssimas e com grandes apostas entre os eleitores, um fanatismo político que não mais existe, pois atualmente o povo anda desiludido com seus representantes e sem entusiasmo para votar. Na época, lembro de um fato que nunca esqueci: um eleitor que apostou num candidato derrotado e com isso perdeu uma fazenda com 130 alqueires para pagar sua aposta perdedora!
Três candidatos disputaram as eleições de 1947, sendo: João Missaglia, que teve 2.880 votos, Benedito Vaz, com 1.996 votos, e Sebastião Coelho, com 274 votos. Nas 23 seções do município, votaram 5.248 eleitores na sede e nos distritos.
Consultando meus arquivos, encontrei números dos 10 vereadores mais votados: 1° Anselmo Zani (de Conchal), 2° Dr. Durval Bergo (de Santo Antônio de Posse), 3° Flávio Leitão; 4° Dr. Henrique Ornelas, 5° Nagib Chaib (Nage), 6° Dr. José de Abreu Prado, 7° Severino Tagliari, 8° Alcindo Barbosa, 9° Mário Ferreira Alves, 10° Otávio João Breda. Os três mais votados: Anselmo Zani, com 323 votos, Dr. Durval Bergo, com 290 votos, e Flavio Gonçalves Leitão, com 271.
Em Mogi Guaçu, nas eleições de 1947, dois candidatos para prefeito: Orlando Chiarelli recebeu 619 votos e Oscar Martini, com 573 votos. Na vizinha cidade, o vereador mais votado foi Nelson de Paula Bueno, com 202 votos, e, em segundo lugar, José Martini, com 196 votos.

Os prefeitos e vereadores das duas cidades, Mogi Mirim e Mogi Guaçu, tomaram posse em 1° de janeiro de 1948 com mandato até dezembro de 1951. O prefeito eleito de Mogi Mirim, João Missaglia, era sócio da Cervejaria Mogiana.
No ano de 1947, faleceram diversas personalidades da época: em 26 de agosto, o vigário Monsenhor Moysés Nora, com 77 anos; em 1° de julho, o industrial italiano de Mantova, Henrique Storti, com 72 anos; em 9 de julho, o ex-vereador João Carlos da Cunha Canto, neto do Barão de Jaguara, com 73 anos. Também faleceram em 1947, Etelvino Melo, com 62 anos e avô de meu colega Nenê Melo; Murad Surur, com 75 anos, avô de meu colega jornalista Fernando Surur.

Legenda da foto: Um grupo de amigos em Santos, em abril de 1940, que viajou no Chevrolet preto, 1939, um carro movido a gasogênio e dirigido por meu pai, Nelson Patelli. Da esquerda para a direita: Nelson Patelli, Raul Pereira, Naquinho Posi, Mauro Maretti e Caetano Zani. Há 77 anos!
O fotógrafo foi Mauro Antunes Garcia, que também viajou com o grupo.

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