Acontecimentos ocorridos em Mogi Mirim durante os anos 60 e dos quais eu li, ouvi, vi ou presenciei:
Adib e o Gravador Espião
Como vereador mais votado nas eleições, em 1960, Adib Chaib tomou posse e foi eleito presidente da Câmara Municipal. Na época, era prefeito Luiz Franklin Silva. Dois vereadores estavam se iniciando na política: Antônio Roberto Costa e Bernardo Camargo. Tempos depois, Adib precisou licenciar-se para tratamento de saúde, fato aproveitado por alguns vereadores para, em conversa confidencial, criticarem ferozmente e, com palavrões, o presidente. Acontece que se esqueceram de desligar um gravador que estava ao lado e que registrou toda a conversa malévola. Sabendo disso, Adib, que estava acamando, requisitou o gravador espião e ouviu tudo com a sua costumeira tranquilidade, mas depois acusou esses vereadores de traição política. Mas, com diplomacia, fez com que tudo terminasse em paz.
Personagens folclóricos
Houve um tempo, nos anos 60, em que Mogi Mirim estava recheada de personagens folclóricaos e que divertiam a população. Bastião Par de Vasos, Maria Goéla, Gastão Paranhos, Pódexá, Tá Pulano, Frederico e outros. Bastião Par de Vasos, que tomava cachaça como café da manhã, aguardente como almoço e pinga como jantar, acabou morrendo por cirrose e depois virou “santo” (foto). Maria Goéla, um problema estomacal e vomitava tudo o que comia. Era conhecida também por “mulher da lata”, terror da criançada. Gastão Paranhos discursava contra tudo e contra todos, em seus famosos bestialógicos pelos bares da cidade. Pódexá vendia algodão-doce e maçãs do amor em tabuleiros pelas ruas da cidade. Quando tentavam dialogar com ele, sempre respondia: “ – Pódexá”.
Tá Pulando, comerciante que vendia peixes com uma carrocinha puxada por cavalo, trafegava pelas ruas de Mogi Mirim gritando “tá pulando”, como afirmação de que seus peixes estavam fresquinhos. Frederico era contador de causos muito bem bolados e se irritava quando alguém dizia que era mentira. Possuía muitos ouvintes curiosos e que se divertiam com suas verdadeiras mentiras.
O Boca Roxa, os vereadores truculentos e o pacificador
Quando Luiz Gonzaga de Amoedo Campos era prefeito, o presidente da Câmara, José Romanello, ao transmitir o cargo para Antonio Roberto Costa, aproveitou para “descer a lenha” em cima de alguns colegas de vereança. Pacificou os ânimos o vereador Oscar Faria com seu tradicional bom humor e tranquilidade. Curiosamente, um dos vereadores dessa época, Simão Ferreira Alves, tinha o apelido de Boca Roxa, em virtude de seus lábios cor de amora. Eugênio Mazon iniciava na política como vereador. Roberto Costa era vereador e conhecido por sua truculência. Diziam, ironicamente, que ele tinha a mesma delicadeza de seus tempos como becão no futebol do Mirante.
Legenda da foto: Bastião Par de Vasos ilustrou por muitos anos o folclore mogimiriano. Trajado miseravelmente e com pés descalços, a cachaça era seu café, almoço e jantar. Pacífico, evitava palavrões quando molestado. Depois de morto, virou “santo”, com muita gente acendendo velas em seu túmulo, pedindo graças e milagres.
Túnel do TEMPO
No período de 1902 a 1904, a Câmara Municipal de Mogi Mirim estava composta pelos seguintes vereadores: Capitão Miguel Antunes Pereira Lima, Dr. Francisco Alves dos Santos, Dr. Manoel da Costa Manso, Major Antonio Leite do Canto, Major João da Cunha Moraes Lobo, Major Francisco Netto de Araujo, Major João Crisóstomo dos Reis e Alfredo Francisco das Chagas.
Preceitos Bíblicos
“É feliz quem a Deus se confia! Feliz é todo aquele que não segue o conselho dos perversos, que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se. Mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita dia e noite, sem cessar” (Salmo n°1)