No primeiro capítulo de suas histórias no Boteco, o ex-atacante Amoroso aborda polêmicas sobre a não permanência no São Paulo depois ter sido campeão da Libertadores e do Mundial e desmente a versão do clube de que o Tricolor havia topado fechar um contrato de três anos com o atleta.
Boteco – Uma curiosidade em relação à oportunidade em que você acabou não ficando no São Paulo… Havia a ideia de você querer ficar três anos, depois o próprio São Paulo aceitou fazer um contrato de três anos, mas você já tinha acertado com o Milan…
Amoroso – (sinal de negativo).
Boteco – Não aceitou? Porque divulgaram que sim… Como foi?
Amoroso – Nem proposta eu recebi, nenhuma proposta de contrato para renovar nem por dois meses, São Paulo não me fez nenhuma proposta em nenhum momento daquele ano que eu joguei lá. Eu não recebi nenhuma proposta para se abrir uma negociação. Fiquei esperando, tanto que eu fiz um pré-contrato com o FC Tóquio, no qual eles também não cumpriram e aí acabou o Mundial de Clubes, eu voltei de férias para o Brasil, porque meu contrato tinha encerrado dia 31 de dezembro. E eu tava livre e no dia 3 de janeiro, o Milan me fez uma proposta e eu fui pra Itália. Mas em nenhum momento o São Paulo me fez algum contato para algum tipo de proposta, nem por um ano, nem por dois, nem por três, nem por cinco.
Boteco – Nem depois que você já tinha fechado com o Milan?
Amoroso – Nada, nem depois.
Boteco – Havia algum problema em relação ao Nivaldo Baldo (representante de Amoroso e fisioterapeuta) com algum diretor do São Paulo que atrapalhou? O que você acha que de fato aconteceu que você não ficou no São Paulo?
Amoroso – Eu acho que se tivesse tido algum problema iria ser irrelevante qualquer situação porque eu dei um título da Libertadores e um Mundial pro clube. Qualquer procurador, qualquer pessoa que viesse questionar, não estaria errado, porque uma coisa é eu questionar um contrato sem ter conquistado nada, outra é conquistar e não receber nenhum tipo de proposta. Não tenho mágoas do São Paulo, gosto do clube, acho que naquele momento, algumas pessoas que faziam parte daquela diretoria me prejudicaram, que todo mundo sabe o desafeto que é. Foi uma pessoa que depois saiu do São Paulo, muitos vieram à tona falar que esse auxiliar, treinador, diretor, atrapalhava dentro do clube a renovação de atletas. Não gosto de citar o nome, mas todo mundo sabe quem é (Milton Cruz), então, pra mim o fato desse ex-profissional do clube ter prejudicado dentro do clube a minha renovação, eu coloco e dou a maior culpa para ele.
Boteco – Houve um comentário antes de você ser contratado de que o Marco Aurélio Cunha seria contra, chegou a falar: “Amoroso é jogador de álbum de figurinha”. Isto te motivou?
Amoroso – Não, Marco Aurélio é meu amigo, tenho amizade com o Marco Aurélio desde a época do Guarani, o Marco Aurélio era diretor e médico do Guarani, o problema do Marco Aurélio era com o meu representante, a minha contratação se deu através do Oscar Bernardi. O Oscar foi o grande responsável para me levar ao São Paulo, através da amizade com o Nivaldo Baldo. Porque o Nivaldo recuperou o Oscar em várias oportunidades, então o Marco Aurélio acabou que não participou da negociação.
Boteco – Amoroso volta para abordar curiosidades do Mundial e da facilidade de adaptação ao Brasil ao voltar da Europa.