No segundo capítulo de seu bate-papo, o ex-atacante Amoroso comenta curiosidades do título mundial pelo São Paulo, em 2005, e da facilidade de adaptação no retorno ao Brasil.
Boteco – Qual curiosidade te marcou no Mundial?
Amoroso – A ficha nossa só foi cair quando a gente chegou no Brasil mesmo. Porque depois que saímos do jogo, recebeu o troféu, a medalha, conquistou o título, fez aquela bagunça no hotel… mas realmente, o momento de você entender que você tinha dando um título importante para uma nação de mais de 20 milhões de torcedores foi quando eu cheguei no Brasil. Quando eu cheguei, eu vi que realmente a gente tinha sido campeão do mundo e o são-paulino estava feliz demais com aquela conquista. Foi difícil, principalmente no aspecto emocional, porque você tem que se preparar para uma partida importante, que não tem volta, é um jogo só. Você tinha que estar concentrado os 90 minutos para tentar surpreender o adversário. Foi o que fizemos, conseguimos trazer o adversário para fora da área para que a gente numa jogada de infiltração, na área adversária, no caso, surpresa do Mineiro, a gente conseguiu fazer um gol. Já que eles jogavam em linha, eu consegui puxar, atrair a marcação pro lado, pra criar espaço pro Mineiro entrar e, quando eu me desloquei, ao passo que o Aloísio dominou, que eu me desloquei pro lado esquerdo, eu levei praticamente um pouquinho pra cá, o Carragher e o Hyypia… deixou um espaço muito grande, o Mineiro entrou e fez o gol. Então, só caiu a ficha quando a gente chegou aqui realmente.
Boteco – A invasão do corintiano ajudou, que deixou o jogo ficou paralisado, ajudou um pouco?
Amoroso – Aquilo nos motivou, foi uma grande chance de qualquer outro time não ver o São Paulo campeão porque naquele momento a gente estava sofrendo. A gente passava por dificuldade, o Liverpool dominava o jogo e quando entrou o corintiano dentro do gol lá, que parou o jogo, que ficou mais ou menos uns 8 minutos, não lembro quanto tempo ficou parado, 5, 6 minutos, aquilo ali pra gente foi um fator importante para nos organizar dentro de campo e daí, logo em seguida, nós fizemos o gol.
Boteco – Na Libertadores, você já chegou na semifinal contra o River indo bem, decidindo, sem sentir o peso. Como foi vir praticamente de 10 anos de Europa e, de repente, chegar para a Libertadores, quais as principais diferenças?
Amoroso – Acho que o Campeonato Brasileiro é, não posso falar mais fraco, mas menos competitivo que o europeu. Então, no caso meu, que fiquei praticamente 9 anos direto na Europa, mais 2 de Japão, foram 11 fora do Brasil e nisso eu consegui ter uma situação de valorizar o meu aprendizado lá fora para usar aqui como se fosse muito mais fraco, muito mais fácil de jogar. Tanto que pra mim não foi difícil me adaptar ao São Paulo, porque eu já tinha jogado com alguns atletas que faziam parte daquele elenco, como o Júnior, lateral-esquerdo, que eu joguei junto no Parma; Luizão que começou comigo no Guarani; o Rogério Ceni na seleção; o Roger, que era o goleiro reserva, no Flamengo. Então, foi fácil de me adaptar. E com o aval do Paulo Autuori, que eu tinha total liberdade para passar minha experiência ao grupo, me deixou em casa, tanto que quando eu cheguei, não senti peso algum de vestir a camisa do São Paulo. Parecia que eu jogava ali há 10 anos. Foi tranquilo. Eu falo para todo mundo que quando você joga no futebol italiano, qualquer lugar é fácil.
Boteco – Amoroso volta para abordar curiosidades no futebol alemão, como a música em sua homenagem tocada em bares e uma polêmica com o técnico Matthias Sammer, no Borussia Dortmund.