Passadas 41 sessões ordinárias e 18 extraordinárias, o balanço do primeiro ano da legislatura dos vereadores na Câmara Municipal se resume a aprendizados e atropelos, segundo membros do Legislativo. O POPULAR ouviu quatro vereadores, um da oposição ao governo de Gustavo Stupp (PDT), outro da situação, um novato e o presidente da Casa.
“Foi um aprendizado muito grande, mas esperava um nível maior na Câmara”, iniciou Luiz Guarnieri (PT) ao fazer o balanço de seu primeiro ano de legislatura. Ao comentar a atuação da Casa de Leis, as situações mais recentes acabam ficando mais evidentes ao formar algum julgamento. A aprovação de projetos polêmicos, em pouco menos de uma semana, é a principal delas.
“Inúmeros projetos foram enviados em cima da hora, o que demonstra falta de compromisso e de responsabilidade com os cidadãos. E a direção e o presidente aceitam tudo de qualquer forma, denegrindo a imagem da Câmara toda”, criticou.
Para a melhoria da reputação do Legislativo e do nível de discussões, o vereador acredita que deva haver uma maior pressão popular. “Se deixar para os vereadores para melhorar, acho difícil. Durmo tranquilo, mas é um ano para ser esquecido”.
Já o presidente da Câmara, Benedito José do Couto (PV), não considera assim. “Foi um ano bom. Tivemos dificuldades, mas isso sempre tem. Conseguimos fechar o ano bem, com conquistas”, disse, em alusão à reforma do prédio que começou a ser realizada nessa semana. Com relação à administração municipal, também não há críticas.
Sobre os últimos projetos, Dito afirma que a Prefeitura teve dificuldades, mas não foi nada proposital. Ele acrescenta ainda que não é verdadeira a má imagem da Câmara. “Não estamos sendo submissos. Não dizemos amém a tudo”, defendeu.
Márcia Róttoli (SDD), defensora de Stupp, diz que esse foi um ano de mudanças para ela. Pela primeira vez em seus mandatos, a vereadora não está contra o governo municipal. Isso fez com que o ano fosse positivo em sua opinião, por conta de projetos colocados em prática. “Foi um ano ótimo”, resumiu.
“Tudo que eu voto penso no melhor para a cidade. Meus eleitores me conhecem e é isso que importa”. Márcia afirma que a cidade avançou muito na área social, porém segundo ela, isso é pouco divulgado, já que o lado negativo fica mais evidente para as pessoas.
Para a melhoria dos serviços na Câmara, ela acredita que deva haver uma maior agilidade nos pareceres sobre os projetos. “Eles ficam parados nas comissões e isso impede que tenhamos mais projetos para votar”, justificou.
Maria Helena provocou discussão
Ao comentar os trabalhos da Câmara neste ano, a vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PSDB) provocou a discussão ao comentar na tribuna que a Casa de Leis ia mal. A posição é mantida pela oposicionista, que afirmou nunca ter visto situação parecida em nenhum outro governo.
“Deveria haver soberania, somos um poder. A Câmara deveria ser independente. Nunca vi isso, há uma submissão excessiva seja da direção, da mesa ou da presidência”, criticou, relembrando a última sessão ordinária, quando projetos polêmicos foram enviados e uma sessão extraordinária foi marcada na mesma semana.
Maria Helena, que cumpre seu quarto mandato de vereadora, não esconde o constrangimento com a situação, mas não teme pela sua imagem. “Vejo nas ruas que as pessoas sabem o que acontece lá dentro. Meus eleitores tem conhecimento da minha posição”, disse.
Os novos vereadores, puderam aprender bastante nesse primeiro ano de mandato, que por ela, não será comemorado. “Não comemoro nada. Foi um ano de atropelos e de decisões importantes. É um ano pra ser esquecido. Tenho preocupação com o caminhar dessa legislatura”, concluiu.