Muitos de nós chegamos ao lugar almejado e, ao estarmos neste local desejado, perguntamos: e agora, o que faço? Sentimento de vazio impera, mesmo com as glórias do alcançado.
Da mesma forma, muitos de nós lutamos para conquistar algo que sempre nos foi sonho, uma realidade distante. E, sem perder as esperanças, nos dedicamos dia após dia, debaixo de chuva ou de sol, de noite ou de dia, sempre com um sorriso no rosto ou um amargo na boca e, quando este parece querer ficar doce, algo bloqueia, impede a realização. E como ficamos?
Abaixo descrevo um poema a representar este nosso possível sentimento e de seu porquê. Espero que gostem e mais, que reflitam sobre ele.
Eu sei quem eu sou e por isso desejo felicidade à minha vida;
Batalhas gerei, sonhei, orei e muitos calos criei e agora conquistei;
O novo é bom e por isso me dou, com alegria sei quem sou;
Vivo, grito, mas internamente eu sinto um conflito;
Algo não está bom, nem sei como estou;
Deste bom me afasto, pois eu muito me desgasto;
Não entendo, por que estou sempre aprendendo?
Isso cansa, minha mente não descansa e pelo meu corpo sinto ânsia;
Quero voltar a sofrer, pois lá não preciso aprender;
Muito eu sei me defender e assim de todos sempre irei correr;
O novo é bom sim, mas dói mudar, por que esta dor eu terei que suportar?
Do jardim e pássaros, volto para dentro e ali me alimento;
É amargo, mas deste gosto eu aprendi que não tenho desembargo;
Triste estou e por isso minha vida às batalhas voltou;
Aprendi, medo do novo eu tenho, fraco é meu desempenho;
Não quero viver mais isto, mas é tudo o que tenho;
Minhas críticas eu mantenho, sobre mim e os outros;
Por isso no interno, eu alimento meus monstros;
Preciso mudar, mas como? Não posso mais me deixar escapar;
Uma porta se abriu, acredito ou permaneço com minha mente viril?
Chega, vou viver, arriscar e com toda a fé, irei me entregar;
Preciso, mas dói e não sei lidar;
Mas uma coisa aprendi, nada saberei se não experimentar;
Ao velho quero ficar e confortável estou;
Ao novo irei edificar, o que interno em mim eu sou;
Chega de viver de críticas do passado;
Pois sei que por muito fui enganado;
Essa ânsia para fora colocarei;
Se conseguirei? Não sei;
Mas voltar ao que fui, jamais novamente serei.
Ergo meus braços aos céus e peço;
Que com muita honra de meu passado eu me despeço.
Beijo no seu coração
Flávio Campos