A educação, a civilização e o espírito coletivo são premissas fundamentais para o andamento de uma sociedade justa, igualitária e pautada nos princípios da legalidade. São esses fatores que colaboram para o desenvolvimento do país e a formação do adulto de amanhã, sobretudo em um momento onde o pessimismo caminha ao lado do brasileiro. Mas, se apesar disso, a situação já apresenta sinais de desgaste, com o ser humano cada vez mais impaciente, sem amor próprio e desequilibrado, tudo torna-se ainda mais difícil quando o panorama mostra claros sinais de intolerância.
Tal realidade não é algo exclusivo de Mogi Mirim, é visto por todo o país, mas ganha repercussão quanto casos negativos vem à tona. Um dos claros sinais de preocupação citado acima e que corrobora para uma sociedade cada vez mais desmantelada e enigmática, sobretudo pela ignorância, foi visto no final do ano passado. Bastaram 12 dias da abertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da zona Leste para que a unidade de saúde, alardeada há anos, e finalmente aberta na atual gestão municipal, fosse furtada. No dia 27 de dezembro, dois dias após o Natal, marginais entraram em ação. Outra vez.
Do local, foram roubados três aparelhos: um oxímetro digital portátil, utilizado para medir a pulsação, um oftalmoscópio, para avaliação dos olhos e o otoscópio, usado para observar o exterior e o interior da orelha.
Não se trata apenas da atitude em si, errada e fora da lei, mas sim do oportunismo. Uma unidade de saúde novinha em folha, cheirando tinta fresca e com tudo o que existe de moderno parece encher os olhos dos bandidos, que se sentem atraídos por uma “carne nova” no mundo do crime.
Entretanto, qual o sentido em roubar peças de suma importância para o tratamento médico? Além de prejudicar quem precisa, afeta os próprios autores da ação e seus familiares que, a qualquer momento, podem precisar dos serviços oferecidos na UPA. Furtar algo em que os responsáveis não sabem, ao menos, para que será usado? São equipamentos de uso médico, e restritos a profissionais capacitados, o que por si só já impõe dificuldades aos autores.
Casos como esse, associados ao vandalismo, são presenciados na cidade há anos e devem continuar. Creches, escolas e demais espaços públicos já foram alvos. Até a Casinha do Papai-Noel, na Praça Rui Barbosa, esteve na mira dos brutos. É necessário maior efetivo e melhoria na segurança, mas a mente do cidadão também precisa evoluir.
Muitas vezes a Saúde está deteriorada pela própria negligência popular e, paralelamente, os serviços públicos prejudicados por irresponsabilidade da população. Não basta apenas cobrar os governantes, mas também o cidadão que constrói o município.