Como o paganismo e a religião se entrelaçam. E como respeitar os crentes e os incrédulos é tão especial. Neste sábado, celebramos mais uma vez o Dia dos Namorados. A data se tornou uma referência comercial e, em meio a uma sequência de crises, acentuada pela pandemia, torcemos e muito para que os empreendedores de Mogi Mirim e região registrem um enorme sucesso nas vendas na edição de 2021. E nas próximas também, claro.
Mas queremos ir um pouco além neste Editorial. O Dia dos Namorados ocorre no Brasil e em outros países no dia 12 de junho. E por quê? Oras, é véspera do dia de Santo Antônio, conhecido aqui e em outras terras como o “Santo Casamenteiro”. Pois bem, a data nasceu com ideais católicos amarrados, mas não é de hoje que se tornou referência comercial.
Aliás, sua origem é comercial. Afinal, a data foi criada pelo publicitário João Doria, pai do atual governador de São Paulo, que trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes paulistas, iniciando em junho de 1949 uma campanha com o slogan “não é só com beijos que se prova o amor”.
Porém, não é a única data em que os apaixonados celebram. O 14 de fevereiro é o momento da mesma comemoração em outros países, como nos Estados Unidos da América. Nos países do hemisfério norte, a data é utilizada para incentivar a troca de presentes entre o casal apaixonado.
Mas, há também a alusão a vínculos religiosos, afinal, é o dia de São Valentim, padre de Roma condenado à pena capital no século III. Só que os costumes relacionados a este dia provavelmente vêm de um antigo festival romano chamado Lupercália, que se realizava todo dia 14 de fevereiro. A festa celebrava a fertilidade homenageando Juno, deusa da mulher e do casamento, e Pan, deus da natureza. E também marcava o início oficial da primavera por lá.
Pois bem, vejam que paganismo e religião estão aí, atrelados. O mesmo ocorre com a Páscoa, uma das festividades mais importantes da religião mais populosa do país. Enfim, vivemos tempos em que as doutrinas de bondade, comunhão e cuidado com o próximo, apresentadas pelas mais variadas religiões e sustentadas também por ateus, estão sendo trocadas por ódio e intenção de supremacia perante os que pensam diferente.
E, perto de uma data tão romântica quanto o Dia dos Namorados, que entrelaça crença e descrença em torno do amor, voltamos a clamar. Amem mais! Ame seu namorado ou namorada. Ame quem ama o mesmo que você e quem ama o contrário também. Ame os evangélicos, os católicos, os umbandistas, os judeus e os ateus.
Ame. Apenas, ame! Se você simplesmente amar, mal não estará fazendo. Viva o Dia dos Namorados, compre presentes, agrade o seu amor e faça pulsar as veias do comércio, instituição fundamental para que a roda da economia gire. Porém, sem esquecer do amor. O amor sem preconceitos e sem interesses. O amor não-hipócrita e sem fronteiras. Viva o amor!