Um crime que repercutiu em toda a região finalmente teve seu desfecho. O caso do assassinato do policial civil Edmar Luiz Barbosa Melo, de 50 anos, morto em julho de 2010 na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Mogi Guaçu, terminou na quinta-feira passada com a condenação dos bandidos envolvidos. Entre os cinco criminosos, dois foram condenados a 30 anos de prisão em regime fechado, pena máxima aplicada no Brasil.
Segundo uma pessoa que não quis se identificar e que teve acesso à sentença, o juiz afirma que não há dúvida de que a morte da vítima ocorreu porque os bandidos tinham como única intenção obter os documentos em branco que estavam na Ciretran, em posse de Edmar.
Além disso, segundo o juiz, integrantes de um grande grupo armado que invade um local público já assume o risco de matar, já sendo passível de punições legais.
Ele ressaltou na sentença que o uso de escutas telefônicas, o trabalho de investigação da polícia, além dos depoimentos de testemunhas protegidas, foram essenciais para a elucidação do crime e do embasamento da punição para os cinco bandidos.
Segundo se apurou, Jeferson da Penha Braga agiu diretamente no roubo da Ciretran e foi o autor dos disparos contra a cabeça do policial e foi condenado a 30 anos de reclusão em regime fechado; Luan Costa Gusmão e Luís Henrique da Silva Dutra participaram diretamente do roubo, sendo que foram condenados a 25 e 30 anos em regime fechado, respectivamente; Robson William Araújo Bastos atuou como o motorista do veículo na fuga aos autores diretos do roubo e ficará por 30 anos na prisão.
O quinto integrante, Douglas Lopes dos Santos, dirigiu-se até a cidade de Mogi Guaçu, cinco dias após o roubo com a finalidade de transportar as armas utilizadas e os documentos roubados. Ele recebeu a menor pena, de dois anos e quatro meses de reclusão em regime fechado.
Relembre o caso
No dia 28 de julho de 2010, o policial civil Edmar Luiz Barbosa Melo, de 50 anos, 17 deles dedicados ao trabalho, foi morto a tiros na sede da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Mogi Guaçu. Três homens invadiram a unidade e renderam os funcionários por volta das 8h.
Ele era o responsável pela parte administrativa de documentos e foi assassinado em um dos cômodos do prédio com dois tiros na cabeça. Os assaltantes pegaram cerca de 800 documentos, utilizados para regularizar o registro de veículos (DUTs e DUALs) em branco, além da pistola .40 dele e fugiram em um Volkswagen/Bora.
Após um ano de investigações, policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Mogi Guaçu, do 1º DP de Taboão da Serra e da Delegacia Seccional de Mogi Guaçu, esclareceram o caso. Os autores do latrocínio foram presos em Taboão da Serra (SP) em flagrante, utilizando um documento roubado na Ciretran de Mogi Guaçu.
LINHA DO TEMPO
Morte – 28 julho 2010
Elucidação do crime – 14 setembro 2011
Sentença – 21 de novembro de 2013