O aposentado Jarbas Xavier dos Reis, 50, já procurou a polícia, a promotoria e agora, a imprensa, para denunciar dois guardas municipais, supostamente, autores de seu espancamento. O homem acusa os guardas Adriano e Magnan de, no dia 22 de março, terem o tratado com extrema violência no Jardim Flamboyant (zona Norte) durante uma abordagem.
Segundo o denunciante, era aproximadamente 8h15 daquele domingo, 22, quando estava pela Rua Cornélio Pires e foi abordado pelos guardas municipais. Eles já teriam descido da viatura, xingando o aposentado e empurrando-o contra uma parede de chapisco. “Eu estava aguardando minha esposa e minha filha saírem do supermercado. Eles me agrediram sem motivo. Eu os ouvi dizendo que me confundiram com um traficante, mas não pararam de me agredir”, detalhou Reis.
O aposentado disse que levou inúmeros socos, chutes e quase foi asfixiado por um dos guardas que segurou seu pescoço, enquanto o outro espirrou gás de pimenta em seus olhos. “Eu sangrava muito e eles me colocaram na viatura e me levaram pra Santa Casa. Lá, fui agredido novamente e eles só pararam de me bater quando menti, dizendo que eu era soropositivo”, comentou.
No total, Jarbas Xavier dos Reis teve que levar nove pontos no rosto para estancar os ferimentos no olho, lábios e até dentro da boca. “Eu fui espancado por eles. Foram inúmeros golpes. Eu sou depressivo, mas não sou bandido. Eles jamais poderiam ter me tratado daquela maneira”, disse.
Já os guardas municipais, no próprio Boletim de Ocorrência referente à abordagem de Jarbas Xavier dos Reis, dão uma versão completamente diferente. Embora nada de ilícito tenha sido encontrado com o abordado, os GMs informaram à Polícia Civil que o homem resistiu à abordagem, tentando golpear os guardas com uma ferramenta maquita que carregava em uma sacola.
Os guardas também informaram que foram agredidos por Reis com socos e pontapés e que este teria escarrado sangue no rosto de um dos guardas, dizendo ter acabado com a vida dele, já que seria soropositivo.
Extraoficialmente, os guardas também salientam que Reis é usuário de entorpecentes e que tem histórico de reagir a abordagens policiais, sempre muito agressivo e descontrolado. Os GMs declaram ainda, que ele tem inúmeras passagens criminais.
Sobre a denúncia de espancamento levada adiante pelo aposentado junto ao Ministério Público e à imprensa, os guardas negam a acusação. Já a assessoria de imprensa da Prefeitura de Mogi Mirim comunicou que a Secretaria de Segurança Pública está ciente do caso e informou que a Corregedoria da Guarda Civil Municipal está apurando a denúncia. Após a conclusão do processo, as providências serão tomadas e informadas à imprensa.