Pode ser que você, que está lendo este texto, neste momento, não se dê conta da importância que a Educação teve e continua tendo na sua vida. A cada dia, há a oportunidade de aprender algo novo em um ciclo que perdura por toda a vida. A Educação, ensinada em casa e reforçada nas salas de aula, é vital para o desenvolvimento de um indivíduo e, consequentemente, de um país. Saber ler, por exemplo, que para muitos é algo básico, para tantos outros, que não tiveram essa oportunidade, é um caminho com diversas barreiras a ser percorrido, já na fase adulta. Como é possível lutar por direitos básicos, se preparar para a vida e ter chances de dar uma vida melhor para sua família, sem a possibilidade de ler e escrever?
Na última edição de O POPULAR, foi apresentada a história de duas mulheres guerreiras: Maria Jandira da Silva e Vanira Maria de Jesus, que adotaram Mogi Mirim como morada e que aqui realizarão sonhos de infância, através da leitura e da escrita, frequentando as aulas da Educação de Jovens e Adultos, programa da Secretaria de Educação que é voltado para as pessoas que não estudaram ou pararam durante o percurso.
Esse recomeço será escrito com as tintas do esforço e da dedicação dessas mulheres que são exemplos de persistência em uma época retrógrada em que a escola era vista, por alguns, como um local “para aprender a dançar”, como relatou Maria Jandira, que teve seus estudos interrompidos por desejo de seu pai.
É potencialmente emocionante como essas oportunidades são capazes de dar novo sentido à vida. A impotência, na hora de deixar um simples bilhete ao filho, ao sair de casa, para avisar onde a comida está, passa a dar lugar à independência de procurar um número de telefone em uma lista, coisas impossíveis de outrora. A vida sofrida, por vislumbrar uma condição melhor sem os estudos necessários, passa a dar espaço a outra realidade, como de conseguir tirar a carteira de habilitação e poder se locomover com mais liberdade. Quem diria que aprender a manusear um lápis, anos atrás, faria tanta falta nos dias de hoje, não é mesmo?! Este editorial é um reconhecimento ao trabalho sério dos professores, coordenadores, diretores, auxiliares e todos os profissionais que contribuem com a disseminação das informações e do conhecimento.
Que Maria Jandira e Vanira, que hoje aprendem nas salas de aula, em breve, possam olhar o exemplar deste jornal e ler cada uma dessas palavras e saberem que fizeram a escolha certa. A de aprender e de buscar conhecimento, apesar da idade, das condições e das barreiras que a dura rotina impõe a elas. Que essas mulheres sirvam de exemplo para que, cada vez mais, possam ser valorizadas as escolas e os profissionais que dedicam suas vidas a ensinar!