Dez árvores da espécie sibipiruna localizadas na Praça Rui Barbosa passaram, nesta semana, por uma avaliação da empresa Plant Care, especializada na saúde de plantas. Contratada via compra livre pela Secretaria de Meio Ambiente, o objetivo é elaborar um diagnóstico, utilizando equipamentos e tecnologia avançada, sobre a condição interna e externa de cada árvore e metodologias de avaliação de risco de queda, de olho em ações preventivas de manutenção ou supressão.
As plantas analisadas, com cerca de 15 metros de altura, estão localizadas em um espaço compreendido entre uma das entradas laterais da Matriz de São José, bem em frente à sede administrativa da Câmara Municipal, o popular Palácio de Cristal. A pasta municipal investiu R$ 1,2 mil para a análise de cada árvore, totalizando R$ 12 mil.
Um laudo, com imagens e informações geradas em gráficos e softwares, será entregue pela empresa à secretaria municipal em torno de 15 dias. Com o resultado em mãos, caberá ao secretário Ivair Biazotto e sua equipe técnica decidirem o próximo passo.
“Como é uma área de grande clamor público, ainda que já tenha decisão da secretaria e do Conselho de Meio Ambiente, para não pairar dúvidas, contratamos uma empresa que está fazendo um exame interno para checar a capacidade de resistência dessas árvores. A partir desses laudos, vamos fechar um diagnóstico e tomar a decisão de suprimir ou não”, relatou Ivair Biazotto.
Caso a erradicação precise ser realizada, o secretário garantiu que haverá uma forma de compensação, no caso, o plantio de novas espécies no lugar das plantas retiradas. Mas, nada comparado a uma verdadeira força- tarefa para a realização do trabalho.
“Se a decisão for por suprimir as árvores, há de pensar em toda uma logística, porque estamos falando de árvores centrais, vai ter que interditar o trânsito, precisar de um maquinário alugado, talvez até guindaste, todo um planejamento”, explicou Biazotto.
Como é o trabalho?
A bióloga Nina Maria Ornelas Cavalcanti Cerávolo, uma das responsáveis pelo trabalho, realizado na tarde de quarta-feira, explicou que foram empregados três tipos de avaliação: uma análise virtual de todas as árvores, seguindo uma metodologia da Sociedade Internacional de Arboricultura e outras duas análises técnicas, uma tomografia e a chamada resistografia.
A tomografia consistiu na colocação de pontos em volta das árvores. “São colocados vários preguinhos, sensores que vamos batendo com um martelinho. O som irá propagar por dentro da madeira, e todos os pontos emitem e recebem o sinal. Isso gera um gráfico de velocidades de propagação, e por aí, conseguimos ver o formato da árvore, as partes boas e ruins”, detalhou.
Como essa tecnologia empregada no diagnóstico foi desenvolvida para aplicação em árvores alemãs, foi preciso a chamada resistografia. “Basicamente, uma broca, com 1,5 milímetro de diâmetro, fura em quatro direções diferentes para avaliar a tomografia. Assim, conseguimos ver se existe uma cavidade e qual é a dimensão de parede sadia de madeira antes de encontrar a gravidade”, prosseguiu.
Qual o objetivo?
Medidas que direcionem a melhor ação para cada uma das árvores da Rui Barbosa fazem parte do plano de trabalho da Plant Care e da Secretaria de Meio Ambiente. “A avaliação, no final, propõe ações de manejo. Pode ser uma supressão ou a poda de um galho, por exemplo. Vou entregar um relatório dizendo quais são os riscos da árvore. Copa, tronco, área de enraizamento e imagens”, completou Nina.