O governo de Gustavo Stupp (PDT) já acabou, mas as lições que Mogi Mirim pode tirar com seus desmandos ainda são muitas. Volta e meia, sua figura aparece nos noticiários locais, lembrando a todos o quanto foram irresponsáveis aqueles que fizeram parte do mais desastroso governo dos últimos tempos. Atos de improbidade, contratos superfaturados e licitações direcionadas são algumas das acusações apontadas pelo Ministério Público (MP) e que recaem sobre ex-prefeito e seus cúmplices.
Na última semana, o MP local denunciou à Justiça um esquema batizado como a farra das multas, que pode ter causado um prejuízo ao erário de R$ 1,7 milhão. Nas medições apresentadas pela empresa, foram aplicadas 148 mil multas em três anos na cidade. Contudo, o extrato real de multas mostrou um total de 46 mil, uma diferença de 102 mil multas.
Outra bomba, mais uma para a coleção, foi que Stupp e ex-secretários tiveram os bens bloqueados em R$ 5 milhões, uma vez que são apontados como os responsáveis por direcionar a licitação que favoreceu a Sinalizadora Paulista Construção e Sinalização Ltda., empresa contratada para executar os serviços de tráfego, semáforos e sinalização viária.
Como já diz o velho ditado, há males que vem para o bem. Nesse sentido, o desgoverno de Stupp pode servir de exemplo para os atuais e futuros políticos do município, que não se percam pelo lado egoísmo e da ganância e, sim, trabalhem pelo bem comum. Para a população fica um alerta quanto à importância do voto e de conhecer bem aqueles que se dispõe a representar a sociedade.
Se hoje a cidade vive uma fase difícil foi também porque a maioria, nas urnas, decidiu por Stupp. Mesmo com tantos processos, ainda fica uma sensação de impunidade, porque a Justiça é morosa. Ainda cassado, o ex-prefeito conseguiu ficar no poder até o término de seu mandato.
Ainda sobre a importância da Semana da Pátria, o 7 de Setembro também deve ser encarado como momento de introspecção. Vale refletir que o respeito ao Brasil está além de colocar a mão sobre o peito, cantar o Hino Nacional e promover desfiles ou comemorações afins. O país precisa é de gente decente na política, de mais humanidade e responsabilidade, já que a crise não é só financeira, é também moral e ética.
Ou então nada passará de uma grande hipocrisia. Uma nação com vastas riquezas naturais e tão rica culturalmente pode oferecer e mostrar muito mais ao mundo que malas cheias de dinheiro e Lava Jato. Os cidadãos só não podem deixar a indiferença falar mais alto.