quarta-feira, setembro 18, 2024
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As nuances da transição

Estamos entrando no último mês de inúmeras gestões pelo país. Já foram instalados, seguindo a legislação, os chamados “Governos de Transição”. Eles são como “um jogo de compadres” quando um governante faz um sucessor. São habituais, por mais que mais tensos, quando um político que não pode mais ser reeleito vê seu candidato à sucessão perder e outro grupo assumir. E são ainda mais beligerantes quando um chefe do Executivo, em tentativa de reeleição, é derrotado. Sobretudo se for um grande rival.

Mas vejam. Todos estes cenários são cenários que mostram a beleza da democracia. A vontade popular é variante e por isso mesmo é que, em um país que não está tomado pelo autoritarismo, há alternância do poder mediante o voto universal. Em tempos, um determinado lado conquista a maioria. Em outros, pode ser outro lado. É o ritmo natural e cabe ao lado derrotado respeitar o que foi decidido pela maioria.

E vamos a um ponto. Foi declarada a posição do prefeito Paulo Silva (PDT) quanto à esfera estadual e federal. O chefe do executivo mogimiriano se colocou contrário à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), apoiando, recebendo, antes do returno, Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Luís Inácio Lula da Silva (PT) e evidenciou a propensão para o lado do vencedor do pleito de 30 de outubro passado. Em São Paulo, porém, fez coro por Fernando Haddad (PT), derrotado por Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS).

Em um resumo barato, em São Paulo, pouco mudou, já que Rodrigo Garcia (PSDB), por mais que tenha tido portas abertas para seu candidato a vice, Edinho (UNIÃO), o trabalho eleitoral foi menos enfático que o realizado no apoio a Lula e Haddad no segundo turno. Por outro lado, reparem. Paulo recepcionou Edinho, vice na chapa de Garcia, que apoiou Freitas e Bolsonaro no segundo turno, enquanto o prefeito de Mogi apoiou Haddad e Lula.

Se alguns insistem em ver política pelo seu evidente lado nebuloso, é necessário se olhar também da maneira como ela deve ser. Não importa se Paulo apoiou Lula ou Bolsonaro. Como prefeito, cabe a ele trabalhar para que o Governo Federal e o Governo Estadual ajudem Mogi a se desenvolver. E Freitas e Lula não podem olhar Paulo e qualquer prefeito de qualquer cidade pelo apoio que deram no pleito que os elegeram. Eles precisam olhar os prefeitos como aquilo que eles são: meros representantes do povo de uma determinada cidade.

E o governo que sai não deve mais olhar o outro lado como adversário. Naquele período de passagem de faixa, deve-se olhar pura e simplesmente como a obrigação de quem deve nos representar até 31 de dezembro de 2022 de transferir tal status para quem recebeu da maioria a incumbência de nos representar até o fim do mandato de 2026. É nesta simples condução da política que está o fio correto para um país melhor.

Sem idolatrias a quem é um mero representante do povo, servidor do povo. E de todos. E isso vale deles para nós e deles para os governantes das diferentes esferas. Que vivamos uma transição saudável e, se em 2024 ou 2026, a opção for por mudar tudo de novo, que mude. Afinal, nenhum lado é dono do Brasil, de São Paulo, de Mogi Mirim.

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