Se a campanha eleitoral do atual prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) foi marcada por pouquíssimas promessas, sobretudo pela até então desconhecida situação política, administrativa e financeira do município, 2017 chegou ao fim com discursos firmes e juramento por melhorias em áreas essenciais para o pleno funcionamento da sociedade. E as tais promessas, tática sempre adotada por políticos ano a ano, mas que já vêm se tornando mais lenda do que realidade em municípios de todo o país, apareceram na boca daqueles que garantiram mudanças na Saúde e no Transporte. Se tudo o que foi dito sair do papel, a cidade parece perto de entrar em um novo estágio.
Em questão de dois dias, tanto o diretor geral da Fênix Viação Ltda, Victor Hugo Chedid, quanto a secretária de Saúde Rosemary Silva, a Rose, prometeram mudanças que, se confirmadas, irão melhor de forma considerável o transporte e a saúde, respectivamente, de Mogi Mirim. De um lado, Victor sacramentou que a cidade terá o melhor serviço de transporte público da região com a chegada de sua empresa, em declaração que acerta em cheio a Viação Santa Cruz, empresa que operava o transporte até poucas semanas e responsável por propiciar um sistema deficitário, aquém do ideal, e de preço exacerbado, que nem de longe condizia com o serviço oferecido.
De outro, Rose, ao anunciar a abertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da zona Leste, aliás, única promessa de campanha de Carlos Nelson e projeto alardeado durante toda a gestão de Gustavo Stupp, mas que como sempre não saiu do papel, garantiu que a unidade da zona Leste terá um serviço superior ao oferecido pela Unidade de Atendimento Não Agendado (Uana) da Santa Casa de Misericórdia. Em suas palavras, um serviço de excelência, sem filas e demora, diferente do visto ao longo dos últimos anos no hospital. A Uana deixa de atender a partir de 1º de janeiro.
Seria até irresponsabilidade tanto Victor como Rose prestarem tais declarações, sobretudo pelo conturbado momento atravessado tanto pela Saúde como pelo Transporte, se não tivessem embasamento, dados técnicos e um estudo detalhado em mãos de que a mão de obra que possuem e a estrutura serão capazes de mudar o atual cenário. Fica evidente que o planejamento foi bem feito e a certeza de melhoria é real.
Por outro lado, o que foi dito vem acompanhado por uma enorme responsabilidade, até certo ponto arriscada. A convicção nas palavras precisa ser transformada em algo concreto, fruto de muita competência. Não se tratam de amadores. São profissionais renomados em suas respectivas áreas, e que parecem dispostos a levar algo de novo para a população. População, aliás, que não aceitará outra promessa infundada. Erros podem colocar o governo de Carlos Nelson em maus lençóis.