A segunda-feira, dia 9 de setembro, será mais uma data importante na mais que centenária história do Mogi Mirim Esporte Clube. Nas dependências do estádio Vail Chaves acontecem as eleições provisórias para a presidência da agremiação. Os associados foram convocados para a assembleia geral extraordinária, que terá início às 19h30.
Em meio ao caos político-administrativo pelo qual vive o Sapão há mais de meia década, o encontro tem a missão de selar importantes situações dentro do clube. A primeira questão colocada em pauta será o pedido de destituição do presidente Luiz Henrique de Oliveira. No clube desse junho de 2015, quando recebeu o bastão das mãos do ex-presidente Rivaldo, Oliveira deve ser derrubado do cargo após análise dos associados presentes.
Pesa contra ele os maus resultados em campo em seus quatro anos de gestão, problemas administrativos e financeiros e até a alegação de gestão temerária, fato que já motivou ações junto à Federação Paulista de Futebol, Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e até na Justiça Comum. Luiz Henrique terá direito de defesa, mas a sua presença não é certa. A reportagem de O POPULAR tentou falar com o dirigente, que não atendeu as chamadas.
Em caso de confirmação da destituição, outro passo será dado pelos associados. A escolha de uma diretoria interina. Apenas uma chapa se inscreveu dentro do prazo regimental. O candidato à presidência na chapa Amigos do Mogi – Reage Mogi é João Carlos Bernardi, ex-presidente do Sapo antes da ‘Era Wilson de Barros’. O vice-presidente da chapa é Celso Semeghini.
O Conselho Deliberativo é formado por José Marcos Delafina de Oliveira, Fábio Adorno, Ernani Luiz Donatti Gragnanello, Henrique Stort e Luiz Guarnieri. O Conselho Fiscal tem como titulares Aluísio Cortez, Nilson Pulz e Pedro Brandão, com os suplentes Ivan Bonatti, Pauloroberto Silva e Rogério Manera. Outras chapas poderiam ser inscritas até sábado, 24 de agosto, mas ninguém se articulou, o que indica uma eleição por aclamação da ‘Amigos do Mogi – Reage Mogi’.
Os eleitos comandariam o Mogi até o final de 2019. O grupo também ficaria responsável por convocar a eleição bianual, que precisa ocorrer na segunda quinzena de novembro, seguindo o Estatuto Social do Mogi Mirim EC. Este pleito definirá os dirigentes que ficarão à frente do Mogi para o biênio de 2020/2021.
Processo
A decisão do grupo de publicar o edital surgiu após uma sentença da juíza Maria Raquel Neves, em julho, que anulou as exigências de Luiz para antigos associados comprovarem serem sócios e poderem se recadastrar. A sentença foi definida em ação impetrada por Geraldo Bertanha, Turola e Bernardi. Foram anuladas exigências de cópia autenticada de comprovante de vínculo associativo, como atas de assembleia registradas em cartório, e pagamento de mensalidades.
A juíza colocou que deve ser permitida a comprovação da condição de sócio por qualquer meio admitido no direito. Embora tenha reconhecido a condição de sócios de associados antigos, que não podem ser excluídos sem justa causa e decisão em assembleia, a juíza considerou lícita a cobrança mensal de R$ 40 estabelecida no recadastro, que estabeleceu prazo em que quem não se recadastrasse perderia os direitos de sócio.
A juíza não interferiu em como será feito o recadastramento de quem não se recadastrou anteriormente, pois não houve uma determinação para abertura de um novo recadastro. A definição sobre quem integra o quadro é essencial para definir quem tem direito a voto e a concorrer em eleições. Esse fator pode gerar discussão quanto à consideração da legalidade da assembleia.