Assustado com a situação financeira do clube, após análise das contas pela nova diretoria, que assumiu depois da saída do vice-presidente Wilson Bonetti, o presidente Rivaldo Ferreira cogita deixar o Mogi Mirim ainda em 2014. A decisão deve ser conhecida na próxima semana, com o retorno de viagem de Rivaldo ao exterior. Rivaldo revelou estudar não colocar o Mogi na Série C do Campeonato Brasileiro, que começa no dia 26. Neste caso, a tendência, segundo a assessoria de comunicação do clube, é já deixar a administração. A atitude faria o Sapo ficar à deriva, já que há décadas não conta com um grupo de associados atuantes, mas apenas os necessários legalmente para compor a diretoria, ligados à figura do presidente, que controla o quadro associativo, o que ocorria desde a Era Barros, que antecedeu a Era Rivaldo, iniciada após a morte de Wilson Barros.
Antes da análise das contas, Rivaldo havia afirmado que deixaria o Mogi após o Paulistão de 2015 se não conseguisse investidores. Agora, cogita deixar de lado até o Paulistão e qualquer outra competição, incluindo a Copa Paulista. No clube, há um movimento para convencê-lo a prosseguir e disputar a Série C, até porque se ficar fora o produto será desvalorizado, dificultando a atração de investimentos. Uma hipótese é disputar com um time razoável, já que o acesso deixou de ser meta. Um fator inibidor é a despesa mensal estimada em R$ 600 mil mensais com a competição nacional.

Em declaração ao site do clube, Rivaldo demonstrou ignorância do que acontecia com as finanças na época em que seu ex-braço direito, Bonetti, estava na administração: “Realmente assustei com o que estou vendo. Da maneira como está é impossível manter o clube em atividade sem deixar de honrar com os compromissos já assumidos”.
Embora os recursos colocados no Mogi sejam em forma de empréstimos, endividando o clube com o próprio presidente, Rivaldo destacou que o Mogi tem uma vida financeira saudável devido aos seus repasses e precisa de parceiros. “Tudo tem um limite. Não posso colocar em risco o patrimônio da minha família para manter o clube”, disparou.
Uma parceria com o empresário Adir Leme, do Arapongas-PR, é discutida, mas Rivaldo busca também outros investidores.
Em 2013, a saída de Rivaldo foi anunciada em um evento, com o empresário Hélio Vasone Júnior, da Energy Sports, então seu sócio, sendo apresentado como novo mandatário. Porém, o negócio não se concretizou devido a divergências na forma de ressarcimento da dívida do Mogi com Rivaldo. Teria havido discordância no valor a ser abatido com o CT de Mogi Guaçu, que poderia entrar no negócio, indo para Rivaldo. Com o impasse, houve uma reviravolta e Vasone deixou o Mogi. A dívida com o empresário foi paga com o direito econômico de atletas.