Em conversas pelas ruas da cidade tem se tornado comum escutar lamentos a respeito do abandono de Mogi Mirim em variadas áreas. Exibida em protesto contra o prefeito Gustavo Stupp (PDT) recentemente, a indignação popular não está restrita a episódios coletivos organizados, mas pode ser sentida no cotidiano, individualmente, com munícipes desabafando aos quatro cantos.
A cada episódio registrado na cidade, em que se expõe a letargia ou a incompetência do Poder Público, o leque de pontos negativos amplia o bolo de decepção com o governo municipal.
Os atrasos abrangem vários setores, como repasse de verbas para entidades, gerando transtornos no funcionamento de instituições de assistência social. Há atrasos para coleta de galhos e entulhos e para realização de obras. O munícipe, que esperou anos para a reinauguração do Horto Florestal, aguarda a Rua XV de Novembro ficar pronta.
O ano de 2015 foi de pouquíssimas realizações. Stupp não conseguiu mostrar a que veio e quase nenhuma promessa saiu do papel. Na verdade, o que o prefeito conseguiu mesmo foi despertar, com maestria, a insatisfação popular que, a cada dia, se vê mais abandonada pelo governo. É um misto de arrependimento e frustração para os que confiaram o voto ao jovem.
Para citar outros exemplos, a tão prometida internet grátis e também o projeto do miniterminal não foram colocados em prática da maneira que se esperava. O asfalto no bairro Parque das Laranjeiras ainda é juramento, a obra no local está estagnada e a maioria dos moradores de lá continua jogada na lama.
As contas da saúde andam sob suspeita. Até uma auditoria foi solicitada por parte do Conselho Municipal de Saúde (CMS). As creches estão superlotadas e o Serviço Autônomo de Água e Esgostos (Saae) prestes a ser entregue à iniciativa privada, enquanto isso, o prefeito tem boa posição no ranking de ações abertas pelo Ministério Público. Sem contar as dívidas com o hospital Santa Casa e com concessionária que locava veículos para a frota municipal. Mogi Mirim parece estar afundando. Sem rumo, o que se vê é uma cidade sem ânimo, sem cor, repleta de buracos e sujeira.
Se não bastasse, ao contrário dos outros anos em que o início do funcionamento do comércio no horário noturno vinha acompanhado da chegada do Papai Noel, em 2015, o Bom Velhinho chegou atrasado. Sem alarde, o comércio começou a funcionar à noite na segunda-feira, mas assim como a onda da Prefeitura retardando a cidade, o Papai Noel chega apenas amanhã e deve ficar triste ao ver a pobre decoração natalina da Praça Rui Barbosa.