“Aumentar os níveis de atividade física das crianças é uma importante forma de intervenção na saúde pública”. Essa foi uma tradução livre, extraída do artigo do professor Bruce Y. Lee (não confundir com o ator dos filmes de artes marciais), da escola de saúde pública da John Hopkins (EUA), que, em associação com outros pesquisadores, estimou os custos que a falta de atividade física gera para a economia daquele país, e utilizou a sentença acima para manifestar a importância que tem o Estado para gerar economia e melhora para a vida das pessoas. Contudo, este tema será aprofundado em outro texto, pois hoje falaremos do seu bolso!
No estudo citado, foram estimados as despesas que as crianças americanas terão ao longo da vida, considerando apenas os gastos oriundos com doenças relacionadas ao sobrepeso e obesidade, sendo analisadas as doenças crônicas, como diabetes, cânceres e problemas cardíacos, que têm grande associação com os níveis de gordura corporal.
De forma estarrecedora, os pesquisadores estimaram que uma pessoa com índice de massa corporal normal (IMC 18 a 24,9) gasta em torno de 30 mil dólares ao longo da vida com despesas médicas e deixam de ganhar em torno de 50 mil dólares, também ao longo da vida, devido a redução de produtividade (que é bastante natural com o passar dos anos).
Se os números já assustam para quem está dentro do peso, a situação piora para os que se encontram com sobrepeso (IMC 25 a 29,9) e obeso (IMC maior ou igual a 30). O primeiro grupo gasta mais de 60 mil dólares com despesas médicas ao longo da vida, enquanto o segundo ultrapassa a barreira dos 100 mil dólares! Quando se trata da produtividade, os que têm sobrepeso deixam de ganhar quase 100 mil dólares ao longo da vida, enquanto os obesos deixam de ganhar quase 140 mil dólares.
Tais dados deixam bastante claro que estar dentro do peso tende a gerar uma economia absurda de dinheiro. Ou seja, essa não é uma questão estética, mas de saúde física e financeira. Infelizmente, desconheço estudo similar que tenha sido realizado no Brasil, mas é bastante provável que a situação em terras tupiniquins seja parecida com a que ocorre na terra do tio Sam.
Portanto, se você é daqueles que acha caro pagar uma academia, estúdio, clube ou ter acompanhamento de personal, vale a pena pensar se, de fato, o investimento é tão alto assim… Importante destacar que existem inúmeras possibilidades de se exercitar de forma gratuita, seja em praças, ruas, parques, academias ao ar livre…
Reforço que as estimativas levantadas pelo estudo são relacionadas apenas à parte das doenças associadas ao excesso de gordura, o que gera, nas palavras dos próprios autores, “valores subestimados em relação aos prejuízos financeiros”, pois não inclui problemas articulares, ósseos, estresse e afins.
Luís Otavio Bueno de Toledo
E-mail: [email protected]
Personal trainer graduado pela USP (bacharel em Esporte graduado em 2012 – trabalhou na área fitness do Clube Paineiras do Morumby em São Paulo e no Clube Mogiano, em Mogi Mirim)