quarta-feira, dezembro 4, 2024
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Atletas vencem limites e dão exemplos de superação

Enquanto muitas pessoas se deixam desmotivar por simples dificuldades transformadas em justificativas para não praticar uma atividade física, outros apresentam exemplos de superação e vencem limitações e deficiências em nome da paixão pelo esporte.

Na Copa Toyota Nippokar de Futebol Máster, a Santa Cruz, que se despediu da competição no dia 30 de novembro, reuniu três personagens que encaram limitações para defender o time. São os casos dos meio-campistas Mãozinha e Toquinho e do polivalente Nenê. Com apelidos inspirados nas deficiências, Mãozinha não conta com a mão direita e Toquinho não tem uma parte de um braço.

Já Nenê convive com uma bolsa de colostomia, onde ficam armazenadas as fezes, em função de ter feito uma cirurgia no intestino. Ele superou um câncer, há dois anos, que o obrigou a enfrentar quimioterapia, radioterapia e a cirurgia. Agora, resolveu continuar jogando mesmo tendo quem o aconselhe a não atuar, até porque o médico não lhe fez restrições ao esporte. “Agora é vida normal. Se eu for parar com tudo, não vou viver mais”, conta Nenê, frisando não ter vergonha da bolsa nos vestiários.

Nenê joga com uma bolsa de colostomia: "Se eu for parar com tudo, não vou viver mais". (Foto: Cida Melo)
Nenê joga com uma bolsa de colostomia: “Se eu for parar com tudo, não vou viver mais”. (Foto: Cida Melo)

Nenê faz a limpeza da bolsa antes dos jogos e coloca uma faixa para protegê-la e jogar tranquilo. Além disso, se mantém em jejum para evitar que a bolsa suje durante a partida. “Não tem incômodo nenhum”, revelou.

O esporte serve para melhorar a qualidade de vida diante das dificuldades. “Futebol é importante para eu não ficar estressado”, salienta Mãozinha.

Hoje aos 47 anos, Mãozinha perdeu a mão direita aos 20 em um acidente de trabalho na Mahle. Na época, teve que passar por uma reabilitação e aprendeu a escrever com a esquerda. Já sem a mão, se destacou no futebol amador. No futebol, o equilíbrio foi um ponto a ser superado. “Dava um pouco de medo de cair, mas acostumei”, contou.

Mãozinha venceu medo inicial: "“Dava um pouco de medo de cair, mas acostumei”. (Foto: Cida Melo)
Mãozinha venceu medo inicial: ““Dava um pouco de medo de cair, mas acostumei”. (Foto: Cida Melo)

O apelido relacionado à deficiência incomodava Mãozinha inicialmente. “Agora eu levo na boa”, frisou, lembrando não sentir um comportamento diferente dos adversários. “Eles chegam junto, respeitam normalmente”, explicou.

Já Toquinho garante não enfrentar dificuldades para se equilibrar e diz que os adversários encaram de forma natural. “Não sinto falta do braço, não me desequilibro. Jogo com as pernas e não com o braço. Eu tenho as duas pernas para correr, não vou jogar basquete”, resumiu.

Admirado por crianças, Toquinho não sente falta do braço: "Tenho as pernas, não jogo basquete". (Foto: Cida Melo)
Admirado por crianças, Toquinho não sente falta do braço: “Tenho as pernas, não jogo basquete”. (Foto: Cida Melo)

Toquinho perdeu uma parte do braço aos três anos quando brincava na padaria do avô, na engrenagem da masseira. Pela atitude positiva no dia a dia, conta levar uma vida normal. “Meus amigos falam que não percebem que falta um braço”, diz o meia, hoje aos 48 anos.

A atitude de Toquinho acaba despertando a atenção também de crianças, que o admiram quando o veem jogando, servindo como exemplo de incentivo ao esporte. “É bom para as crianças verem, elas admiram”, destaca.

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