O atraso da Prefeitura no repasse às entidades assistenciais, que já chega há três meses, coloca em pane os serviços prestados e põe em risco até o fechamento de unidades tradicionais, causou intensa manifestação na Câmara Municipal na sessão de segunda-feira. Representantes de entidades e munícipes abraçaram a causa e, em peso, compareceram ao Legislativo, com faixas e cartazes. No conteúdo, críticas pesadas ao prefeito Gustavo Stupp (PDT) e um sentimento de revolta pela situação.
No início a sessão foi suspensa para a coordenadora geral da Alma Mater, Valdivia Albejante, falar na tribuna livre, oportunidade para reclamações contra a Administração, um raio-x sobre a situação da entidade e as dificuldades de outras casas de filantropia. Assim como na quinta-feira, quando Valdivia esteve ao lado de nove representantes, além da Santa Casa, em uma reunião no gabinete do Ministério Público, foi escancarado o atraso no repasse de quase três meses, o pedido de ajuda aos vereadores e novas críticas a Gustavo Stupp. “É uma falta de responsabilidade com os munícipes, as entidades estão pedindo socorro”, desabafou.

Reserva
O fato de a reserva de entidades, adquirida após a realização de eventos beneficentes e outras campanhas responsáveis por angariar fundos, já ter sido utilizada por diversas entidades foi frisado por ela. “O prefeito é jovem, mas está precisando de um puxão de orelha”, cutucou.
Stupp é criticado até pela própria base aliada
Ao longo de toda a sessão, o discurso dos vereadores foi baseado em cima da crise das entidades. Surpreendeu o fato de não apenas a ala oposicionista ter se manifestado contra o atraso, mas sim a própria base de Gustavo Stupp na Câmara. “Precisa intimar o prefeito a ter responsabilidade, temos que dizer para o prefeito que ele vai ter problemas com isso (o atraso)”, disse Laércio Rocha Pires (PPS), defensor assíduo de Stupp.

Pouco antes, Marco Bento Alves de Godoy, o Marquinhos da Farmácia (PDT), já havia reclamado de Stupp, seu companheiro de partido. “Estou triste com a situação, tenho certeza que ninguém da Prefeitura teria competência para assumir alguma entidade”, opinou, no caso de um possível fechamento de uma delas nas próximas semanas.
Ari Augusto Reis de Macedo (SDD) e Waldemar Marcúrio Filho, o Ney (PROS), da base aliada, também criticaram a Prefeitura pelo atraso.