sábado, abril 19, 2025
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Atropelos, de novo

Lidar com a população pode ser uma situação um tanto quanto ingrata. As divergências são recorrentes e cabe ao poder público lidar com elas da melhor maneira possível, para que elas não prejudiquem o andamento dos trabalhos. Para isso, é necessário planejamento e responsabilidade na hora de prestar contas à população. A precipitação, em muitos casos, só coopera para uma posição desfavorável, sob a ótica política.

Um desses casos pôde ser visto na última semana, em audiência pública na Câmara Municipal, quando pela primeira vez, a Prefeitura teve que anunciar oficialmente que os R$ 60 milhões, anunciados meses atrás, não viria integralmente. Não se trata de falta de planejamento e cumprimento de etapas. O Governo viu nesta promessa, a oportunidade de impressionar os eleitores e fazer inveja a qualquer outro governo que ocupou o gabinete do Paço Municipal. Compreensível.

No entanto, ninguém esperava uma reviravolta dessas. Da verba até então garantida pelo governo federal, apenas R$ 3 milhões foram disponibilizados até agora. Pesaram a mão na propaganda antecipada, anunciando aos quatro ventos e ostentando placas, que agora, tiveram de ser alteradas, na tentativa de não causar uma exposição vexatória ainda maior.

A imprudência marqueteira a cada dia aumenta. A internet prometida no Espaço Cidadão, durante a Virada Cultural neste final de semana, foi deficiente e entrou para a lista de atropelos do Governo. Faixas foram espalhadas pelo espaço, que tinha a previsão de receber cerca de 18 mil, mas nem 500 pessoas tiveram acesso ao sinal.

Pode-se acrescentar ainda a atrapalhada mudança de um trecho da Rua do Tucura sem a devida comunicação à população e a exposição de uma situação gravíssima, envolvendo uma suposta máfia dentro da Prefeitura, em que funcionários poderiam estar envolvidos em um esquema que teria desviado milhões de reais, provenientes da arrecadação de impostos. Sem provas contundentes, a Prefeitura se calou. Parece tentar apagar o ato obsceno e vergonhoso, criado de forma proposital. Bola fora, de novo.

Os usuários do transporte público também esperam respostas. Aguardam um miniterminal que seria erguido em área do antigo Casarão Amarelo, defronte ao Jardim Velho. Anunciado às pressas, o projeto foi esquecido. Deve estar em uma das gavetas do gabinete, aguardando uma nova chance. A proposta de um local que haja sanitários, comércios e uma agradável espera da condução é boa para a população que se locomove por meio de ônibus.

Não se trata de cercar-se em uma redoma e fechar de vez as portas da comunicação com os cidadãos mogimirianos, mas manter os pés no chão não faz mal a ninguém. Cabe a cada profissional fazer a sua parte. Assim, a Administração evita desgastes políticos desnecessários e se mantém focada na edificação de uma cidade melhor. Sem atropelos.

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