Diálogo aberto, com um leve avanço nas tratativas, mas sem acordo. Este foi o resultado da audiência de tentativa de conciliação entre antigos associados do Mogi Mirim e o ex-presidente do clube, Rivaldo Ferreira, para buscar uma solução na ação que busca anular a transferência dos Centros de Treinamento (CTs) do Sapo para o nome do craque. A audiência ocorreu na manhã de quarta-feira, no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), na Avenida 22 de Outubro.
Rivaldo não esteve presente e foi representado pelo advogado Betellen Dante Ferreira. Dos associados antigos, Henrique Peres Stort compareceu, com o advogado Renato Franco de Campos. Também estavam presentes outras partes do processo, o ex-vice-presidente do Mogi Mirim, Wilson Bonetti, acompanhado do advogado André Chagas, e o Mogi Mirim Esporte Clube, representado pelo presidente Luiz Oliveira e a advogada Roberta Pinheiro.
A imprensa não teve o acesso liberado à audiência e os advogados de Rivaldo e dos autores da ação combinaram de não divulgar o conteúdo da reunião, apenas informando ter havido avanços, mas sem acordo. Porém, O POPULAR apurou que a ideia com maior avanço discutida na audiência foi Rivaldo viabilizar um novo CT para o Mogi, com a mesma estrutura do de Mogi Guaçu. Em contrapartida, os sócios abririam mão de anular a transferência dos CTs hoje em nome de Rivaldo. A ideia foi levada por Betellen para avaliação de Rivaldo e as partes devem voltar a conversar posteriormente. Em julho, o advogado dos antigos associados, Renato Campos, havia revelado que aceitaria esta hipótese.
Questionado depois da audiência se a proposta foi discutida, preferiu não expor diante do acordo de não divulgar o conteúdo à imprensa. “A gente falou sobre tudo, todas as ideias possíveis e imagináveis, foi uma discussão muito boa. Não chegamos a um acordo, mas vamos manter um diálogo aberto”, afirmou.
Um ponto em divergência é o valor do CT de Mogi Guaçu, que gerou o abatimento de R$ 6.320.000,00 na dívida com Rivaldo, pois os sócios entendem que vale mais. O processo também discute a validade da dívida do Mogi com Rivaldo, que originou a transferência.
Como não houve conciliação, o processo segue o curso normal, que irá resultar no julgamento. Porém, paralelamente, como as partes pretendem continuar conversando, há chances de se chegar a um acordo à parte da esfera judicial. Neste caso, os autores do processo poderiam encerrá-lo. “Em qualquer fase processual, você pode fazer um acordo, mas o processo vai seguir”, explica Campos.
Advogado de Rivaldo, Betellen admitiu que as conversas avançaram. “Avançou um pouquinho. Não concluiu, estamos conversando, pode ser que aconteça ou não. Diálogo está existindo, mas o que foi falado nós combinamos que não vai ser falado para não atrapalhar”, resumiu.