Com o período de dissídio salarial dos servidores públicos municipais se aproximando, a Prefeitura ainda não sabe quais são as condições financeiras atuais para oferecer um reajuste maior do que o do ano passado, que gerou revolta dos trabalhadores e culminou em uma greve geral em maio.

“Isso depende de várias análises. Gostaria de dar um aumento decente, mas sou obrigado a dar o que for possível”, disse o prefeito Gustavo Stupp. A preocupação é com o limite prudencial com a folha de pagamento recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que não deve passar de 51,3% do orçamento municipal.
Segundo ele, o poder público gasta muito com a folha de pagamento, estimado em mais de R$ 130 milhões ao ano. “Não é a falta de aumento que chateia eles (os servidores), mas sim as distorções de salário”, considerou Stupp. A promessa é corrigir a situação com o Plano de Cargos e Salários elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Até o momento, nenhuma informação sobre a proposta foi divulgada.
Questionado se estaria em “dívida” com a categoria, de quem recebeu grande apoio durante a campanha eleitoral, o prefeito foi claro. “Não. Me sinto na obrigação de corrigir essas distorções. Tenho vontade de ajudar, mas não posso prejudicar a cidade por conta disso”, encerrou.
Histórico
A insatisfação dos servidores teve início em maio do ano passado, após a Prefeitura negar a proposta inicial do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep) de reposição, mais aumento real e abono e oferecer apenas um abono salarial de R$ 100, que em seguida foi retirado, sinalizando a possibilidade de não haver nenhum aumento à categoria, que entrou em greve.
A contraproposta final de 6,34% em duas vezes, sendo a primeira parcela em maio de 3,34% e a segunda em dezembro de 3%, foi aceita e os servidores, mesmo insatisfeitos, voltaram a trabalhar.
SINDICATO ANTECIPARÁ NEGOCIAÇÃO
O POPULAR publicou em sua edição de 15 de janeiro a decisão do Sinsep em adiantar as negociações com a Prefeitura, para evitar repetir a mesma situação do ano passado. O presidente do sindicato, Antonio Maciel de Oliveira, o Toninho, afirmou que os trabalhadores não irão engolir a mesma situação por mais um ano.
Uma assembleia deverá ser marcada no próximo mês com os funcionários públicos para elaborar uma nova pauta de reivindicações. “Maio é o mês limite para entrarmos em acordo. Creio que a situação neste ano é melhor financeiramente e com certeza irá sobrar um dinheiro maior para os servidores”, comentou.