quinta-feira, setembro 19, 2024
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Baderna e manifestações

Desde que começaram as manifestações de rua, que lançaram o Brasil em processo de transformação política, ao tempo em que se transformava em um país belicoso, as principais indagações da sociedade eram quanto ao caráter violento que se infiltrou nos protestos. Quando centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para protestar indefinidamente contra a política, o espírito espontâneo era de demonstrar que o copo da insatisfação estava pela borda e que os brasileiros não tolerariam mais a desfaçatez dos políticos e a indigência dos serviços públicos prestados pelos governos.

Os atos de violência começaram de forma localizada, facilmente identificáveis, envolvendo grupos mais radicais, bandidos e quadrilhas que se aproveitaram do momento de instabilidade para semear atos de medo. Ao se refluir a grande maioria dos manifestantes, restaram nas ruas uns poucos que insistem na repetição de bandeiras de mudanças específicas. Mas restaram os bandidos, os vândalos, insuflados provavelmente pela constatação dos limites das forças de segurança, e que agora dão as cartas de um processo violento de desestabilização institucional.

O que ocorre em vários pontos do País  agora não tem nada a ver com política. É certo que o governo do Estado tem uma imagem que não sugere a ideal para os políticos, mas o que se viu são meros atos de bandidagem, terrorismo urbano, desrespeito às leis e desafio às autoridades. A omissão da Polícia Militar, que deixou os baderneiros à vontade para depredar bens públicos e particulares bem demonstra o total despreparo para agir em momentos de crise.

Houve quem se surpreendesse com as manifestações da sociedade contra os descalabros da vida pública brasileira. O primeiro desdobramento que merece maior preocupação é justamente a retirada da tampa de uma caixa de ódio acumulado por uma escória da sociedade que resolveu dar seu grito de protesto da pior forma possível, agredindo o sistema, agindo como vândalos e baderneiros, implantando um estado de descontrole de segurança, acuando justamente os cidadãos que exigiam reformas, dando azo a que o Brasil mostre o seu lado mais perverso. Quem apostou que o País é uma ilha de paz e cordialidade, está colocado diante da outra face da moeda.

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