sexta-feira, novembro 22, 2024
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Bancos de concreto e a História de Mogi Mirim na Rui Barbosa

Os traços do passado se mesclam a rotina presente, mas muitas vezes passam despercebidos. No entanto, as origens se fazem presentes, sejam nos costumes de um povo ou mesmo nos aspectos físicos de uma cidade. Se você sair caminhando por Mogi Mirim, por exemplo, e prestar atenção verá que existem desde diversos prédios com detalhes bem antigos até mesmo bancos de concreto com propagandas de empresas que existiram nos anos de 1950. O destaque de hoje são os bancos, já reparou que há uma fileira com nove bancos compostos por este tipo de propaganda localizada à Praça Rui Barbosa, pertinho do relógio? (Na verdade, são dez bancos, mas um deles não contém propaganda antiga).

Pode ser que você jamais tenha reparado, mas eles estão lá, servem de assento para muitas pessoas que batem papo, tomam sorvete, namoram à luz da lua, mas que podem nunca ter notado os traços históricos que carregam. No entanto, hoje isso vai mudar, e a partir de então você passará a enxergar aquela fileira de bancos de outra maneira, pois são importantes traços da história de Mogi Mirim.

O historiador Nelson Patelli Filho, que mantém a coluna Memorial (no caderno Expressão de O POPULAR), destaca alguns estabelecimentos que permearam uma época em que Mogi Mirim tinha 20.733 habitantes, contava com 1967 prédios e tinha apenas 500 telefones, com números que tinham apenas três dígitos. Hoje, dos anunciantes dos bancos da praça, apenas dois estabelecimentos continuam em atividade em Mogi Mirim: a panificadora Estrela e a Sport Caetano, que antigamente era alfaiataria e hoje é uma loja.  Confira:

Banco n° 1

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Do lado esquerdo para o direito (tomando a Matriz como referencial), esse é o primeiro banco a ser analisado. No banco, o anúncio é do Bar ao Lanche das Normalistas. Na época, em que o anúncio foi feito, o telefone era composto apenas de três dígitos e o número do bar era 2-3-2. Nelson Patelli Filho relata que na época o bar era bastante frequentado por normalistas (estudantes da escola normal) do Colégio Imaculada. O dono era Clementino Diogo, que vendia lanches e chocolate quente que, segundo Patelli, era muito famoso e delicioso. Além disso, no local existiam saboroso canudos de doce de leite e coco e ainda era oferecido aos clientes arroz doce com canela.

Banco n° 3

No banco n° 3, o anúncio é da empresa L.F. Silva Papeis em Geral, que vendia arquivos para escritório e de papelaria. Inicialmente, a loja ficava localizada no Jardim Velho e depois se mudou para a rua XV de Novembro, quando ficou anexa a casa de seu proprietário, Luiz Franklin Silva, que foi prefeito de Mogi Mirim nos anos de 1960.

Banco n° 5

Casa Marques, essa é a empresa que anuncia no banco n°5. O estabelecimento, que ficava localizado ao lado da sorveteria do Genário, era um armarinho e vendia calçados e chapéus. O interessante do anúncio é a inscrição “preço fixo”. Segundo Patelli, é que na época os preços não eram alterados, pois não havia inflação.

Banco n° 7

 

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Com um slogan criativo, a empresa do banco n° 7 é a Cobertor São José, que tinha como proprietário José Nevio Pereira da Silva. A fábrica, segundo Patelli, ficava localizada no bairro do Aterrado. Charmoso o anúncio é Cobertor São José, um amigo que lhe da boa noite!

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