EVERTON ZANIBONI
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FERNANDO SURUR
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Bandidos ocupando dois veículos invadiram a agência do Banco Mercantil do Brasil, localizado à Rua Senador José Bonifácio, na manhã de ontem e levaram vários malotes de dinheiro. O caso aconteceu por volta das 10h20, horário de movimentação no Centro. Não se sabe a quantia que foi levada.
Testemunhas contam que dois carros, um Toyota/Corolla de cor prata e um Volkswagem/Jetta preto, com quatro ocupantes cada e fortemente armados com fuzis, chegaram na frente do estabelecimento, em frente à Praça Rui Barbosa, entraram no banco e levaram os malotes. O carro forte teria deixado o dinheiro no banco minutos antes do assalto.
Para ter acesso ao cofre, os ladrões quebraram uma porta de vidro no interior do estabelecimento, ao lado dos caixas eletrônicos. Não houve vítimas. A agência ficou fechada durante todo o dia de ontem. Ao sair, diversos disparos para o alto foram feitos. Um projétil deflagrado, calibre 556, foi encontrado do outro lado da rua. Em estado de choque, funcionários do banco foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros.
Testemunhas ouvidas pela reportagem afirmaram que inúmeras notas de dinheiro foram jogadas pelos bandidos, algumas pegas por munícipes. Os criminosos seguiram pela José Bonifácio até chegar à Praça Lyons, onde uma viatura da Guarda Civil Municipal esperava pelos criminosos.
Viatura atingida
Os guardas que ocupavam a viatura contaram ao delegado seccional José Antônio Carlos de Souza, que assim que chegaram ao local, ao lado de um ponto de ônibus, pararam a viatura ao lado da praça, saíram e, rapidamente, solicitaram para que as pessoas que por ali passavam deitassem no chão e se que se escondessem atrás de árvores. Alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Pedro Ferreira Alves, estavam passando pelo local no momento da ação.
Em seguida, ainda segundo os GCMs, os bandidos chegaram atirando, atingindo o lado esquerdo da viatura da corporação. O vidro traseiro foi estilhaçado e diversos projéteis atingiram a viatura, furando inclusive, três dos pneus do veículo. Os bandidos seguiram para o outro lado da praça e voltaram a atirar. Vários disparos acertaram uma residência de esquina.
“Estava na outra esquina, quando ouvi os barulhos dos tiros. Saí correndo e entrei em uma oficina”, disse o aposentado proprietário da casa que foi atingida. O muro foi danificado, assim como as grades e a calha da residência. Assim como ocorreu na agência bancária, a Polícia Científica foi ao local e registrou os estragos.
Carros foram abandonados
Os automóveis utilizados no assalto foram encontrados no final da estrada da Pedreira de Grava, próximo à Rodovia Nagib Chaib, que dá acesso a Mogi Guaçu, por volta das 11h.
Na companhia do delegado seccional, o delegado de Mogi Mirim, Paulo Roberto Agostinete auxiliou nos trabalhos. Os veículos encontrados estavam sem as placas. A suspeita dos policiais é que, antes de fugir, os bandidos arrancaram as identificações e as levaram. Aproximadamente R$ 4 mil foram encontrados nos carros, além de projéteis dos fuzis.
Uma van Renault/Máster branca, com placas de Osasco (SP) ajudou no transporte do dinheiro. Por volta das 14h o veículo foi abandonado na Rua Padre José Joaquim de Oliveira Braseiros, no bairro Linda Chaib. Em seu interior, haviam duas placas idênticas, da cidade de Sumaré, chaves, capuzes e luvas. Além disso, um comprovante de pedágio foi encontrado, indicando que os bandidos podem ter passado por Jaguariúna, às 7h23.
Vítimas relatam tensão
Duas vítimas, que preferiram ter seus nomes preservados, contaram os momentos de tensão que passaram durante o assalto. Ambas foram usadas como escudo dos bandidos, na invasão do local.
De acordo com os depoimentos de uma das vítimas, os assaltantes os abordaram enquanto um deles estacionava seu veículo. “Nós íamos comprar um pen drive em uma loja próxima, quando percebemos a atitude suspeita. Vi um dos carros fazendo ‘zigue-zague’ e seguindo em nossa direção. Sabia que havia algo de errado, mas não deu tempo de fugir”, contou.
A outra vítima informou que os ladrões possuíam escutas e pareciam profissionais. “Quando nos abordaram, um deles me informou de que nada de mal aconteceria conosco, mas tínhamos que cooperar. Eles andavam como se estivessem treinados para isso. Os vigilantes do banco foram facilmente rendidos, tinha um malote separado, pois o caixa forte tinha deixado o local, minutos antes”.
Ela revelou ainda que havia um grande medo de que a polícia chegasse e um tiroteio se iniciasse. “Felizmente fomos liberados antes de qualquer disparo. Nunca havíamos passado por uma experiência dessa. Estamos em estado de choque”, desabafou.