sábado, novembro 23, 2024
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Basta Mogi apenas não basta: é preciso mais

Manifestações sociais, com expressão de descontentamentos, defesas de bandeiras e apresentação de reivindicações, são sempre positivas no sentido de gerar reflexões e debates, servindo como estímulo à retirada de membros da sociedade do comodismo. Protestos são instrumentos legítimos, ajudam no desenvolvimento da cidadania e demonstram aos governantes que a população não está alienada aos acontecimentos.

No embalo das manifestações nacionais de domingo com inúmeros protestos contra a presidente Dilma Rousseff pelo país, um grupo de mogimirianos promove o Basta Mogi II, que, além de abordar problemas do país, irá tratar de assuntos locais, com manifestos contra a administração do prefeito Gustavo Stupp.

O Basta Mogi deve ser valorizado no seu intuito de apresentar as indignações e levantar questões importantes da realidade mogimiriana. É evidente que para seu efeito e repercussão atingirem uma abrangência expressiva é fundamental uma presença maciça de manifestantes, pois um protesto vazio, por mais que ainda seja positivo no sentido de ser uma manifestação de quem se dispõe a deixar o comodismo, corre o risco de entrar em descrédito e ser alvo de zombarias capazes de relegar a um segundo plano os temas abordados.

Seria interessante que os munícipes, principalmente os que realmente se sentem indignados, se mobilizem para ajudar no fortalecimento do protesto. Em Mogi Mirim, com exceção de 2013, quando todo o país se mobilizou, a maioria dos protestos teve pouca adesão. Por outro lado, as reclamações nas redes sociais são inúmeras. É direito de cada um escolher os meios de manifestação. Criticar os que apenas se manifestam nas redes sociais, mas não vão às ruas, é perigoso, pois pode intimidar essas pessoas a deixarem de se posicionar até mesmo na internet.

Um posicionamento por rede social pode sim ter o poder de ajudar a modificar a sociedade na medida em que atinge uma grande amplitude, muitas vezes com repercussão maior do que um protesto sem eco nas ruas. Além disso, quando alguém se posiciona com seu nome, também está se expondo, independente do meio. Porém, seria ainda melhor se os manifestantes das redes sociais fossem às ruas e vice-versa.

O principal, porém, é que os protestos não podem ser esporádicos e, no caso de Mogi Mirim, não precisam depender do embalo nacional. O Basta Mogi é uma oportunidade para a sociedade se manifestar, mas não é suficiente. É preciso uma regular cobrança dos governantes, intensa, com uma frequência capaz de não permitir uma acomodação. Para ser realmente um agente ativo em seu meio social, o cidadão precisa estar presente, demonstrando de forma contumaz seu posicionamento.

Em massa, com uma união de agentes reivindicadores, os efeitos tendem a ser ainda mais benéficos. A população precisa ser participativa, tanto pelas redes sociais como pessoalmente, não se limitando a simplesmente votar e reclamar esporadicamente. Participar do Basta Mogi é uma boa, mas não basta.

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