sábado, novembro 23, 2024
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Bauru que não dá água na boca

Caros leitores, sabem aquela história de se discutir o sexo dos anjos, que não leva nada a lugar nenhum? Pois é, foi mais ou menos isso o que aconteceu na ordinária desta semana. Mais de três horas de uma sessão improdutiva.

Sem projetos de lei na pauta da Ordem do Dia, os vereadores se debruçaram em debater o “sexo dos anjos”. Ops. Na verdade, uma moção de congratulação. Por mais de uma hora. Que parabenizava a Câmara da cidade de Bauru pela aprovação de um projeto de lei que tornava o comércio como atividade essencial, mas inadequado para o momento. Tanto que, na mesma velocidade que o PL bauruense foi aprovado e sancionado, ele também caiu para uma decisão judicial. Está sub judice.

A autora da moção é a vereadora Joelma Franco, a mesma que assinou uma moção de repúdio contra o Senado da Argentina. “É uma moção pela coragem dos colegas de Bauru, pelo incentivo ao comércio, ao emprego e à renda”, justificou Jo Franco.

Dirceu Paulino, que pediu discussão da moção, rebateu a colega. “Discordo. Não sou contra o comércio. De jeito nenhum. Não podemos votar uma moção de uma lei ineficaz, porque já até foi derrubada, e que vai contra determinações de prevenção à pandemia. Isso leva a uma falsa esperança, o que é preocupante”. Gebê sintetizou: “Não se pode falar ‘sim’ para uma cidade [Bauru] que tomou uma decisão errada”.

Para João Gasparini, Bauru quis jogar para a torcida, para ter visibilidade nacional. Como teve. Joelma não estaria fazendo o mesmo para ter visibilidade na cidade? O tiro saiu pela culatra. “Já fomos longe demais com essa discussão. Importante dizer que a prevenção é o que temos que perseguir”, pontuou a lúcida Lúcia Tenório. Por fim, moção derrubada. Por 13 x 3. Fim dos trabalhos e nem lanchinho com misto quente no final para a tristeza de Cinoê, que nem saliva gastou com assunto de tal magnitude.

Por hoje, só sexta que vem.

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