domingo, abril 13, 2025
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Bélinha, um cão que me faz de “gato e sapato”

Preciso revelar: minha cachorrinha, a Bélinha, me faz de gato e sapato! Ela faz de mim o que quer e eu fico pensando como eu sou uma fracote, hehehe! Eu sou manipulada por uma pestinha de pelos amarelos. Como? Você também passa por isso?!
E ainda se fosse só ela, tudo bem. Mas lá em casa todos os animais folgam em mim. A Maria Clara, que é a gata idosa, usa toda a cama para ela, roncando a noite e o dia todo, mandando e desmandando só porque tem aqueles pelos de algodão-doce que a tornam tão fofinha; a Alice, a mais nova, pula até na televisão, e some com todos meus elásticos de cabelo por adorar brincar com eles pela casa toda. Manchadinha, ainda grita quando é censurada. Eu, na verdade, devo ocupar o espaço que elas consideram como delas. Tem também a Sophia, a gata cinza, mas essa é boazinha comigo.
Mas, sábado passado, uma loucura ocorreu. Resolvi dar uma volta com a Bélinha. Mas, logo percebi tamanha insanidade. Bastou colocar a coleira para que a maluca começasse a empinar, como se fosse um cavalo, sentido à rua. Saímos. Ela começou a dar voltas em minhas pernas e eu fiquei no meio da rua presa e enrolada na corrente. Depois, desenrolamos e ela começou a pular nos portões alheios, meio que fazendo inveja para os demais animais. Até que, tcharam: ela conseguiu arrebentar parte do peitoral (já estava bem velhinho) e escapar. Parecia uma louca correndo pela rua (um perigo) e eu mais louca ainda, atrás, tentando pegá-la. Olhem a minha vida.
O mais engraçado é que parece que a Bélinha ficava olhando para atrás, como se estivesse rindo de mim. Deve ser impressão, sei lá. Mas, gente, fico impressionada como eles conseguem manipular os humanos. E, mais, isso também acontece com meus amigos.
E essa relação entre animais e humanos também pode ser conferida na História. Nesta semana, ao ler uma edição antiga da revista de História da Biblioteca Nacional, de 2010, pude conferir uma enorme reportagem sobre animais de estimação. Em um dos trechos, a revista informa sobre a existência de diversas cartas da princesa Isabel, filha de D. Pedro II, que relatam sua paixão pelos cães, assim como a minha e a de muitas pessoas. Na reportagem está: “Em certa ocasião, Isabel afirma que ele (o cão) aprendia rapidamente, embora as lições dela não fossem muito frutíferas”.
Bom, neste caso, para integrar a princesa à discussão, ela relata em carta que era por conta da saúde de Riachuelo, que não era muito saudável. Já no caso da Bélinha, ela não aprende as minhas lições porque não tem vergonha naquele focinho amarelo do amor. Nem eu, que mimo mesmo. Que eu posso fazer?

Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.

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