“Começar uma frase é fácil. Começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias”. A frase destacada é do poeta chileno chamado Pablo Neruda e leva a refletir sobre a importância das ideias, capacidade de organização e expressão. Afinal, sem os tópicos mencionados fica difícil transmitir uma mensagem. Por isso, ter acesso à informação e leitura que, consequentemente, gera conteúdo, é muito importante. O conhecimento leva a uma melhor articulação, que é bom para a vida e para o mundo. Pensando nisso, um novo projeto foi iniciado na Diretoria de Ensino de Mogi Mirim neste ano. Chamado Biblioarte, o objetivo da iniciativa é mesclar a leitura com intervenções artísticas com o objetivo de atrair o aluno para o universo do conhecimento.
Representado por Gleiciane Tarossi, que é analista sociocultural, Fátima Lucy Bizigatto, que é professora coordenadora do Núcleo Pedagógico em Língua Portuguesa, e de Claudia Neves Rocha, professora coordenadora em Artes, a Diretoria de Ensino de Mogi Mirim iniciou o projeto após notar que o número de leitores no ensino médio, que vai do 1° ao 3° ano, era menor se comparado aos estudantes do ensino fundamental, que é do 6° ao 9° ano. A necessidade, portanto, levou até a articulação do Biblioarte, com o objetivo de mexer com a rotina do estudante e incentivá-lo.
O projeto começou a ser desenvolvido no meio deste ano e logo a proposta foi transmitida para os professores das quase 70 escolas que compõem a diretoria. Algumas intervenções foram realizadas pelo Núcleo Pedagógico ao longo do semestre como maneira de incentivar e mostrar como o projeto poderia e tinha condições de ser realizado. Daí em diante, a ideia é que as próprias escolas realizassem o projeto por meio da parceria entre os professores e os estudantes.
A primeira escola que recebeu o Biblioarte foi a Professora Therezinha Aparecida Villani de Camargo, que fica no Jardim Fantinato, em Mogi Guaçu. A mescla entre arte e literatura contou com a presença da escritora, que também desenha, Emeline Bersani Ribeiro, que tem um livro chamado Contos e suas variâncias. Acompanhada da equipe do Biblioarte, Emeline organizou uma instalação dentro da sala de leitura que conectava, por meio de barbante, obras literárias com arte e música, como se fosse um labirinto. A experiência proporcionou o contato com diversas manifestações e, segundo o grupo do Biblioarte, os alunos gostaram muito e deu para notar o envolvimento com a atividade.
Em outras escolas também houve intervenção feita pelo Núcleo, com participação de outros artistas voluntários, como o escritor Douglas Silva e o Marcos Gozzo, que tratou sobre música.
Nem todas as escolas receberam a amostragem, mas como as orientações técnicas realizadas em meados de 2016 já haviam sido feitas, muitas escolas toparam a ideia e passaram a realizar as intervenções. Inclusive, muitas escolas aproveitaram até para realizar a ação também com os nonos anos do ensino fundamental.
Melhorias
Após a ideia ter sido lançada e o os dias terem passado, muitos ganhos foram notados. Entre as melhorias estão o fato de que a retirada de livros por parte dos alunos do ensino médio cresceu de lá para cá. O envolvimento está maior, segundo a equipe.
Além disso, o Biblioarte também propicia a interdisciplinaridade, especialmente entre as áreas de Língua Portuguesa e Arte. Mas, se pensarmos que os movimentos históricos, sociais e científicos se mesclam com as duas disciplinas citadas, logo a conexão se torna bem mais ampla.
Outra informação destacada pela equipe do Núcleo Pedagógico é que todas as ações estão engajadas com as situações de aprendizagem propostas pelo Currículo do Estado de São Paulo.
O Biblioarte será um projeto que terá continuidade no próximo ano. Antes, porém, no dia 13 de dezembro, haverá um encontro em Mogi Mirim em que as práticas serão compartilhadas entre os professores.