No último capítulo de suas histórias no Boteco, o ex-presidente da Câmara Municipal, Albino Peres de Barros, o Bino, conta como ajudou o Mogi Mirim a marcar um gol no Campeonato Paulista da Série A-2 de 2017, aborda o parentesco com os ex-jogadores do Sapo, Henrique e Hugo Stort, e revela ter sido goleiro de futsal.
Boteco – Além de parente do Wilson Barros, você é do Stort?
Bino – O Wilson era primo e o Henrique também é. Eu chamo Albino Peres de Barros. Peres do lado do Henrique e Barros do lado do Wilson. O Henrique era lateral-direito, o craque era o Hugo, irmão do Henrique. Uma vez eu estava em Poços de Caldas e o Hugo fez curso técnico de Química e eu fui na Cantina do Araújo almoçar, muito tradicional essa cantina e eu comentei com o dono sobre o Hugo, porque o Hugo havia me dito que eles almoçavam na cantina e não pagavam. Porque eles jogavam lá. Ele falou assim: “deixa o Airton Lira nos pés”. O Airton Lira também é de lá, um craque no Santos.
Boteco – Hugo poderia ter feito mais sucesso?
Bino – O Hugo não fez mais porque era diferente o futebol, eles tinham fábrica de refrigerantes em Mogi, a Stort. Eles foram uma vez treinar no Santos, acho que foi o Décio Pica-pau goleiro, o Paulo Davoli e o Hugo. E se não me engano, o único que iria ficar era o Hugo. O Paulo e o Décio, não. E o Hugo falou: se os dois não ficarem, eu não fico. No fim, o Paulo veio para o Guarani, do Guarani foi para o Santos.
Boteco – Você acompanha ainda o Mogi?
Bino – Não, esse ano eu fui duas vezes no campo. Inclusive um gol do Mogi eu acho que foi marcado por causa de mim.
Boteco – Por que Bino?
Bino – Porque eu estava atrás do goleiro do Batatais. Mogi ganhou de 3 a 1. Eu estava atrás do gol, na entrada. O cara foi bater a falta e o goleiro falou: “dois na barreira, dois na barreira”. E eu gritei: “um só, um só”. Como se fosse ele. E o outro saiu da barreira e a bola passou onde esse cara estava. Um baixinho (Edinho) marcou o gol.
Boteco – Você chegou a jogar também?
Bino – Não, joguei futebol de salão. Era goleiro. O Xexa Guerreiro chegou a ser reserva meu no Monsenhor Nora, do professor Jessé.
Boteco – Você era bom goleiro?
Bino – Ah, futebol de salão, goleirinho.
Boteco – Como era ter o Xexa no time?
Bino – Era bom, uma vez nós fomos jogar no Cerâmica Clube, eu tomei um frango, o Xexa era meu reserva, entrou, eu nunca mais voltei. Perdi a posição.
Boteco – Ele tinha um estilo doidão, né?
Bino – Ah, o Xexa pulava que nem capeta, nunca vi, parecia um macaco pulando, a bola onde fosse ele ia, entrava no pé dos negos. Era diferente, hoje o goleiro pode sair. Se fosse hoje, ele seria mais doido ainda. Antes ficava restrito à área. E a bola era muito pesada, não pulava. Se o cara batesse bem, jogava você para dentro do gol.
Boteco – E acompanhava a Panela?
Bino – Acompanhava quando eles jogavam no Grêmio. A vida era mais saudável, hoje esse negócio de tecnologia… A Internet, o celular, a tecnologia, quando você está longe, ela aproxima você das pessoas, mas quando está perto das pessoas, ela afasta, porque cada um fica mexendo no seu. Você vê os jogadores, eles estão descendo do ônibus, todos com os fones, celularzinho ligado, escutando a musiquinha e não está tendo nem o diálogo deles. Você vê na televisão, time chegando no estádio, se descer em 20 do ônibus, 19 estão com o ouvido tapado, não escuta o que o torcedor quer falar, não dá satisfação pro torcedor, não para pra dar um autógrafo porque não escuta o que o cara está falando.
Boteco – Valeu, Bino!