No terceiro capítulo de suas histórias no Boteco, o ex-atacante Amoroso aborda curiosidades pelo Borussia Dortmund, da Alemanha, como música em sua homenagem tocada em bares e uma polêmica com o técnico Matthias Sammer.
Boteco – O Borussia foi o time em que você jogou com a torcida mais apaixonada?
Amoroso – Sem dúvida, Dortmund é especial, tem uma atmosfera que só você jogando lá e vivenciando o dia a dia, vai entender o que é aquela torcida, o que representa a Muralha Amarela e Preta. É um clube que os torcedores te sustentam todas as partidas, mesmo fora, cada jogo em casa são 86 mil pessoas, fora vão 20 mil, é um time diferente, uma torcida apaixonada e pra mim a maior da Europa.
Boteco – Como foi a história da música que fizeram pra você, acabou fazendo até sucesso em discotecas, bares?
Amoroso – É… foi uma coisa assim que até hoje eu tenho muitos amigos na Alemanha, e depois de mim passaram grandes artilheiros que jogaram ali, Lewandowski, tá jogando Mario Götze agora, Reus, jogou Valdez, jogou Barrios, jogaram tantos jogadores que fizeram bastante gols com a camisa do Borussia, mas o único que teve música até hoje foi só eu, né (risos). Foi muito legal porque não sei se meu estilo de jogar era diferente, mais, não digo polêmico, mas posso dizer que eu gostava de jogar com alegria, com irreverência, então cada vez que eu pisava no estádio, eu pisava sabendo que eu ia deixar um pouquinho do espetáculo pro público ver, então, por isso que eles fizeram essa música pra mim, que ninguém joga tão bonito como o Amoroso.
Boteco – Como foi a história que você pediu ao Sammer para ele te escalar e você entrou e fez o gol contra o Bayern?
Amoroso – Eu tinha tido dengue, aí fiquei 15 dias sem jogar e me preparei durante a semana, teve um jogo no meio de semana, eu entrei no segundo tempo, acabei fazendo um gol. Aí quinta-feira, ele me chamou e falou que ele iria me utilizar domingo contra o Bayern, fora de casa. Eu me preparei para esse jogo. Quando chegou a escalação no quadro, não estava meu nome. Aí eu perguntei para ele porque ele tinha mudado se ele tinha falado pra mim que iria me colocar. Ele falou: preferi deixar você descansar e no segundo tempo eu te coloco. Eu falei: tudo bem. Acabou o primeiro tempo: e aí? Tô pronto. Tava 0 a 0. Ele falou: espera mais cinco minutos que eu já vou te colocar. Aí passou cinco e nada, 10, nada. Eu falei pros meus companheiros que estavam comigo aquecendo: “se passar mais cinco minutos, vou lá falar com ele”. Aí quando deu os 15, eu fui lá, bati no relógio: “tá na hora de me colocar, você não falou que ia me colocar?”. Aí ele me chamou, quando chamou, eu peguei, entrei, primeira bola que sobrou pra mim, eu sofri uma falta. Rosicky queria bater, eu falei: “não, sou eu que vou bater”. Ajeitei a bola, bati e fiz o gol. Aí você já viu, né? Aí foi xingo pra tudo que é lado.
Boteco – Aí você foi lá no técnico?
Amoroso – Aí fui, fui no técnico, fui até Dortmund se bobear correndo xingando ele (risos), mas faz parte, porque ninguém quer ficar fora, um atleta que quer realmente ganhar e ser vencedor tem que ter personalidade e caráter, eu sempre fui um cara de caráter e de personalidade forte. Sem desrespeitar, depois eu falei pra ele: “eu só queria jogar e fazer o time ganhar, só isso, morreu aqui, o que fica no campo, fica no campo e um abraço”. Então, a gente realmente teve esse stressinho, mas depois ficou resolvido.
Boteco – Amoroso volta para abordar a passagem pelo futebol italiano e as estratégias para encarar os marcadores.