De volta ao Boteco, o atacante Edson Pelé, ex-atacante de clubes como Corinthians, Portuguesa e Atlético Mineiro, relembra a época de categorias de base do Timão e conta como eram armadas as farras com meninas no Parque São Jorge.
Boteco – Você teve uma fase de gostar de sair, de ir para balada? Jogar em um Corinthians chega a se deslumbrar? Como é a cabeça do jogador neste momento?
Edson – É diferente, graças a Deus, eu nasci em São Paulo, sou paulistano da gema, já tinha vivenciado isso na base, então já estava preparado para passar por isso. Também casei muito cedo, com 22 anos, então nesse momento que eu estava como profissional jogando no Corinthians, Portuguesa, Atlético Mineiro, Santa Cruz, outros clubes maiores, eu estava casado, então sempre fui mais tranquilo, reservado. Saia, claro, tinha meus momentos de lazer, mas por estar casado, ter uma pessoa…
Boteco – Você já tinha curtido na base já?
Edson – Já tinha curtido na base (risos).
Boteco – Na base lembra de alguma história?
Edson – Ah, aproveitei muito, fugi muito de alojamento, pulei muito muro do Parque São Jorge, fechava 11 horas o portão, a gente pulava, chegava às 3 horas da manhã, entrava com menina. Entrava, dava nosso jeitinho, ia namorar no ginásio, são momentos da vida da gente que vivenciamos, muito bom, são momentos únicos que todo mundo passa por isso, lembranças únicas.
Boteco – Qual o segredo para não ficarem sabendo, havia alguma estratégia?
Edson – Ah, tinha, um ficava conversando com o segurança, enquanto estava conversando, disfarçando, a gente pulava o muro do outro lado. Disfarçava, ia lá pegava a chave da cozinha, para dar a volta, tentava dar um jeitinho para pegar a chave para abrir o cadeado, tudo dava um jeitinho. E a gente conseguia.
Boteco – Era melhor levar as meninas para o Parque São Jorge do que ficar para rua?
Edson – Muito melhor, naquela época, a gente moleque, não tinha um carro, não tinha condições de sair, então a gente vivenciava no clube, tudo a pé, aquela coisa de menino mesmo, moleque, aventura.
Boteco – As meninas também gostavam por entrarem no Corinthians?
Edson – Exatamente, era aquela coisa diferente, de jovem, adolescente, era nossa diversão. Eu era de São Paulo, mas tinha outros atletas de São Paulo, a gente fazia essa brincadeira, essa bagunça que se tornava uma coisa bacana, sadia.
Boteco – Nunca deu problema?
Edson – Não, às vezes acontecia de alguém ficar sabendo, descobrir, mas era coisa que se contornava, se resolvia. Não chegou a ter problema de ocasionar dispensa, coisa desse tipo.
Boteco – Você como corintiano chegou a jogar com algum ídolo, que realizou o sonho de jogar junto?
Edson – Ah, sim, Fredy Rincon, Vampeta, Fábio Costa, o próprio Ronaldo Giovanelli, que não foi no Corinthians, mas em início de final de carreira na Portuguesa. Tive o privilégio de estar do lado de grandes jogadores, Marcelo Ramos, que eu aprendi e foi muito benéfico para minha carreira.
Boteco – Edson Pelé retorna ao Boteco no sábado, desta vez para abordar técnicos especiais em sua trajetória profissional e comentar sobe Lugano e Gamarra, os dois melhores marcadores de sua carreira.