sábado, novembro 23, 2024
INICIAL☆ Capa EsporteBruno recorda a comunicação e problemas vividos na Suíça

Bruno recorda a comunicação e problemas vividos na Suíça

De volta ao Boteco, o atacante Bruno Augusto aborda as dificuldades para se comunicar na Suíça, onde defendeu o Grasshopper, e revela o desentendimento com um dirigente do clube, que o motivou a retornar ao Brasil.

Boteco – Como você conversava com as pessoas, as mulheres?

Bruno – Mulher não tinha como você falar e conhecer. Era mais por gesto. Às vezes você falava alguma coisinha e até entender… nem tudo era gesto. Tinha uns moleques do alojamento que a gente falava em gesto. Eles falavam algumas palavras meio que em italiano: mangiare. E eu fui pegando, eles me chamavam para almoçar, pra jantar. De domingo só tinha janta, aí eu me acostumei, porque na avenida tinha um McDonald´s, um shopping pequeninho. Eu tinha meu dinheirinho, ia no McDonald´s, comprava um salgadinho, levava pro alojamento, refrigerante, suco. Mas se quisesse falar alguma coisa para você, não dava pra falar nada. Dava o dinheiro, pegava o troco e pronto. Ia embora.

Boteco – E em campo, como foi?

Bruno – Eu estava muito tímido, porque estava num lugar que não conseguia falar com ninguém. Comecei a fazer alguns amistosos com o time A, até fui bem. Jogava na posição que o Neymar joga hoje, na ponta. Eu fechava atrás, vinha marcar para trás da linha do meio-campo, quase um lateral, e atacava pra frente da linha. E foi uma experiência boa, fui bem nos amistosos, mas houve uma parada da ida minha do Mogi para lá e eu perdi um pouco de ritmo. E o pessoal achou que eu não estava igual como me viram aqui. Aí me deixaram com o Sub-20, fiquei disputando o Suíço Sub-20 e fui bem lá, mas aí machuquei num amistoso, quebrei o pé. Foi minha primeira lesão, metatarso. Aí voltei pro Brasil para cuidar da lesão, no Nivaldo Baldo. Aí voltei, fiquei jogando um campeonato lá, mas teve um desentendimento lá e vim embora.

Boteco – Com quem?

Bruno – Com um dirigente, porque a cultura é diferente. Na época, o técnico nosso era o Carlos, argentino, dava para você entender bastante. E a gente jogava e tinha folga no outro dia, querendo ou não, eles não queriam o descanso, igual no Brasil. Eles querem que você vá bater uma bola, faça uma corrida, uma musculação. E eu às vezes estava descansando, estava cansado.

Boteco – Eles queriam que fizesse qualquer coisa?

Bruno – Isso, na folga. O gerente que já estava no clube perguntava e eu falava: “Carlos deu folga para a gente”. Aí teve uma vez que falou que ia conversar com o Carlos e o Carlos falou para ele que era folga, que não era pra treinar nada. Aí beleza. Depois uma outra vez ele veio falar comigo de novo, eu fiquei meio assim e a gente acabou discutindo. Aí fiquei meio nervoso. Pedi pro Bernardo (empresário) me trazer de volta. Aí acabei voltando.

Boteco – E como foi depois no Ipatinga?

Bruno – Cheguei no Brasileiro da Série A, demorou para as coisas se regularizarem, até vir a transferência de lá. Perdi vários jogos, mas sempre treinando. Quando eu tive duas oportunidades… O Pablo Escobar, a transferência dele não tinha chegado e, de última hora, ele teve condição. Mas falaram: fica esperto, que se não der pro Pablo jogar, você vai no lugar dele, contra o Flamengo, no Rio. Por fim, ele teve condição. Contra o Vasco, eu ia como reserva e no coletivo quebrei o pé de novo. No Brasileiro não entrei. Comecei a jogar no Mineiro, Módulo 2. Aí subimos pra Primeira.

Boteco – Bruno volta para recordar o churrasco e a festa da conquista do Paulista Sub-20 pelo Mogi Mirim, em time com Lins e Robinho, e relembrar a relação com Wilson Barros.

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