Aos 12 anos, Bruno Gabriel Noronha Veiga é apontado como a aposta do xadrez de Mogi Mirim, mas encara a expectativa com a naturalidade de quem está transitando da infância à adolescência e mantém um estilo serelepe, com pensamentos objetivos e uma boa dose de humor. “Para mim é normal. Eu não sinto uma pressão, não levo na brincadeira, mas não levo tão a sério”, garante.
Na visão de seu professor Flávio Novais, a naturalidade se deve à tenra idade.
Vice-campeão regional sub-12 de 2013 e com 20 troféus na coleção, Veiga confessa o sonho de através do xadrez divulgar o nome de sua cidade. “Tenho vontade de levar o nome de Mogi para outros estados. Meu sonho é ser o melhor da região pelo menos, sonhar não custa nada”, comenta.
Bruno conheceu o xadrez na Escola Helena dos Santos Alves, na Maria Beatriz, em torneio promovido por uma professora de Educação Física. Depois, passeava pelo Espaço Cidadão em um evento da Prefeitura, quando se deparou com Novais, que desenvolvia um trabalho para o município, em um posto montado para jogar xadrez. “Foi coincidência”, recorda Veiga, que acabou conhecendo e passando a ter aulas com Novais. “Já deu para ver que ele tinha talento”, lembra o professor.
Hoje, o jovem representa o Colégio Objetivo, onde estuda. Não ganha bolsa de estudos, mas premiações em dinheiro por conquistas atingidas. Com o que ganha, realiza desejos como ter um celular fruto de seus próprios méritos. “É tão legal a gente poder falar que é meu”, diz, com um sorriso sapeca estampado no rosto.
Veiga faz aulas duas vezes por semana com Novais. Feliz por ganhar um tabuleiro e um jogo de peças, só não joga mais fora dos torneios por falta de adversários. De olhar as aulas, a mãe sabe um pouco e até dá dicas. “Às vezes ela vê algo errado e depois fala”, revela, admitindo que os conselhos às vezes ajudam. “Mas é difícil falar que a mãe está certa”, brinca.
Novais denuncia que Bruno é um pouco preguiçoso, preferindo jogar vídeo-game a estudar xadrez, mas entende ser algo da idade. Bruno não escancara a preguiça, mas admite que prefere a prática. “A prática leva à perfeição”, brinca.
Para 2014, Novais entende que o aluno precisará se dedicar mais, pois vai para a categoria sub-14 e deve enfrentar dificuldades. Por outro lado, admite que o garoto pode estudar pouco em função do grande talento e lembra que por ter começado cedo a tendência é evoluir cada vez mais até pela facilidade de aprendizado. O próprio Novais, hoje com 24, conta ter começado apenas aos 15 anos, idade em que Bruno ainda está longe. Quando tiver 18, Novais acha que o pupilo já estará no seu nível.
