sábado, novembro 23, 2024
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Caça ao Caçeço

Paço Imperial,13 de maio de 1888… começa o jogo. Eu, de pronto, imagino um jogo de xadrez. Mas, que por uma mão mágica é movida. No entanto:os brancos saem na frente. Invejo a lucidez desse jogo, porque mesmo não tendo toda a decisão – tenho a capacidade de influenciá-lo. embora, impreterivelmente, mais cedo ou mais tarde tenho de aprender a respeitar a ordem natural das coisas ou movimentar as peças para que os ventos soprem ao meu favor.

Mas acredito que na vida, apesar de tudo, a verdade e a justiça sempre acabam por triunfar e sem pestanejar prossigo o ato, o jogo continua… as peças pretas saem loucas para atingir a última linha. Sabe-se apenas que se regras forem violadas há o risco do peão não chegar. Chega a hora de reunir o necessário e esquecer o acessório, conduzindo o destino de cada peça. Começo a perceber uma regra de continuidade e de respostas em cada jogada. É a vida!

Aprender a mover as peças é entender a essência do existir. São peças pretas contra as peças brancas e peças brancas contra peças pretas, antíteses e antônimos andam junto. Essa é a nossa única diferença:não sabemos quanto tempo temos,quantos dias teremos e não sabemos se obteremos chance de consertar o mal que fizemos ou identificar qual foi a nossa “jogada errada”. Mas o objetivo é o mesmo: fazer com que ao final o rei adversário fique sem saída e abdique… é o xeque-mate.

Na vida real cada decisão nossa é um xeque-mate. Mas algumas regras são imutáveis ! Por exemplo: uma pedra preta será sempre uma pedra preta; mas isso não interfere no jogo, pois não são somente as brancas que atingem a preeminência. Um outro exemplo é o movimento do cavalo: muitas vezes devemos desviar de algo para atingir nosso objetivo.

É assim é a nossa vida, tal qual um jogo de xadrez, nossas idas e vindas, nossos problemas atribuladores a enfrentar. O jogo não acaba sem angústia e sem sanhas para ambos os lados. Cada ato nosso é mais uma jogada, a favor claro do brilhantismo do jogo; a favor do realce de matizes da vida, limites traçados para o amor em preto e branco. Entretanto um grande fato nunca devemos esquecer… o movimento de uma pedra interfere no movimento das outras. E sem dúvida nenhuma o mais importante é a surpresa reservada para o “Gran Finale”: pedras brancas e pedras pretas;a toda poderosa rainha, a esnobe torre,o filantropo Bispo ou o humílimo peão, sem outra alternativa, voltam para a mesma caixa!

Rosildo Barcellos é articulista

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