sábado, abril 19, 2025
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Cada vez mais “mogiano”, Barrichello celebra mais um aniversário

Neste sábado, 23, um dos maiores pilotos do automobilismo mundial completa 48 anos. Rubens Barrichello nasceu em São Paulo (SP) em 23 de maio de 1972. Nasceu em um ano importante para aquele que seria o seu mundo. Foi em 1972 que o Brasil registrou seu primeiro campeão mundial de Fórmula-1, Emerson Fittipaldi.

A temporada do lendário piloto pela Lotus-Ford teve, inclusive, uma vitória apenas 12 dias após o nascimento de Barrichello, no Grande Prêmio da Bélgica. A Dona Idely Barrichello e o “Seu” Rubens Barrichello Senior não poderiam imaginar que o filho alcançaria feitos importantes nesta modalidade, ganhando respeito nacional e internacional. Mas a família, desde cedo, injetou paixão pelos esportes a motor no herdeiro.

“Passei boa parte da minha infância nas proximidades do Autódromo de Interlagos, zona sul da cidade, ouvindo o barulho dos carros na pista”, conta o piloto. Rubinho acelerou pela primeira vez aos seis anos, quando ganhou o primeiro kart do avô materno. O traçado da vida de Barrichello sempre pareceu se curvar ao alto nível dos esportes sobre rodas. Em 1981, ano do primeiro título mundial de Fórmula 1 de outro compatriota, Nelson Piquet, Rubens iniciou a trajetória no automobilismo.

Em oito anos de kart, começou a se destacar, com um pentacampeonato paulista e brasileiro. Foi ainda campeão sulamericano de 1986, na Colômbia, e ficou com o nono lugar no Mundial de 1987, na França. Nos carros, a primeira chance veio em 1989, na Fórmula Ford. Dois anos depois estava na Fórmula 3 Inglesa – sendo campeão logo na estreia e em 1992 foi o terceiro colocado no Europeu de Fórmula 3000.

A soma dos ótimos resultados levou o paulistano a ser convidado para iniciar a trajetória na competição que sempre esteve em seu destino. Em 14 de março de 1993, largou pela primeira vez em um Grande Prêmio de Fórmula 1, em Kyalami, na África do Sul. Dali em diante foram 19 anos na categoria. Com 326 corridas na carreira, é ainda o recordista em 75 anos da modalidade. Rubinho conquistou 11 vitórias, somando 658 pontos e 68 presenças no pódio. O piloto ainda registrou 14 pole positions, 17 voltas mais rápidas e ficou na liderança de provas em 851 voltas.

Velo Città
Com um currículo respeitável na Fórmula 1, Barrichello deixou a categoria ao final de 2011. No ano seguinte estreou na Fórmula Indy, conquistando a 11ª posição nas 500 Milhas de Indianapolis, a melhor marca de um estreante na história da tradicional prova. No mesmo ano aceitou o desafio de correr a Stock Car, competição que está até hoje, com o carro #111 e que foi campeão em 2014.

Mas engana-se quem acha que a relação de Rubinho com a Baixa Mogiana começou através da Stock. Em 14 de abril de 2015, o piloto foi anunciado como um dos apresentadores do “Acelerados”, programa já famoso no Youtube, plataforma de vídeos na internet e que chegava, naquele ano, ao SBT. O quadro “Volta Rápida com Rubens Barrichello” é gravado no Velo Città e traz o piloto estabelecendo um ranking entre carros superesportivos importados, passando por clássicos do passado, carros novos e nacionais.

“Antes de conhecer a pista eu já tinha ouvido falar muito bem e não foi surpresa ver o quão bem cuidado é o autódromo. Fico feliz de poder andar nos carros do povo e dos bilionários nesta pista que me dá todas as condições que preciso para realizar os testes”, enfatiza Barrichello. O circuito situado no bairro Nova Louzã, na área rural de Mogi Guaçu, marcou uma das vitórias do piloto na categoria.

Em 5 de maio do ano passado, conduzindo o carro da Full Time Sports, Rubinho venceu a primeira das duas etapas realizadas no Velo Città. Em novembro, pouco antes da categoria desembarcar novamente em Mogi Guaçu, o piloto destacou a relação com o circuito. “O Velo Città é uma segunda casa. É onde eu gravo o Acelerados. Tudo bem que só as curvas 1 e 2 que utilizamos na Stock Car têm a ver com o traçado que eu gravo, mas de qualquer forma, me sinto muito em casa. Gosto muito do local”.

E não é só o Velo Città que tem feito bem ao piloto. Quase 10 anos após deixar a Fórmula 1, Rubinho acredita que evoluiu como pessoa e vive muito melhor hoje em dia. “A fase final da minha carreira da Fórmula 1, após a saída da Ferrari, pode ser colocada como um divisor de águas. Gosto muito mais de mim hoje do que em anos anteriores. Não que eu não gostasse, mas só de poder administrar o problema e saber que é algo que vai te fazer ser melhor futuramente, isso não tem preço, sabe?”.

O piloto exalta até mesmo a experiência de conseguir encarar um problema com um sorriso e de gostar mais de si mesmo, para gostar mais daquilo que precisa. “Ficar numa boa, não gastar energia com o que não precisa, isso fez de mim uma pessoa melhor, não tenho dúvida disso. É um crescimento natural, mas, hoje, eu me sinto muito mais pronto e realizado. Com certeza a minha família e a torcida brasileira me ajudaram muito também”.
 

Social
A nova fase de Rubens é vista também em seu engajamento social. Ele é o responsável pelo Instituto Família Barrichello, uma entidade sem fins lucrativos, que nasceu em 2005, com o objetivo de combater a desigualdade e a exclusão social por meio do esporte. Atualmente, a instituição beneficia 2.000 pessoas por semana em seis projetos, alcançando 14 territórios em São Paulo.

E uma das bases deste trabalho está em Mogi Mirim. Em 6 de maio do ano passado, um dia após vencer a etapa de Mogi Guaçu da Stock, Rubinho participou de solenidade no Clube Mogiano para o anúncio do projeto Viver Melhor, um dos programas promovidos pela instituição. O trabalho é voltado para a chamada “melhor idade”, com mais de 400 atendidos. Na ocasião, com muito carisma, atendeu pedidos de selfies e autógrafos e deu a letra sobre a criação de um projeto direcionado para esta faixa etária.

“No meu coração, ficam os velhinhos, vocês são a nossa educação. E velhinho, o caramba, são idosos com energia e muita coisa gostosa. Com certeza, temos que redirecionar as crianças para que a gente possa ter uma vida melhor, mas, acima de tudo, lembrar que vocês, idosos, lutaram muito na vida e merecem todo nosso carinho”, declarou.
Atualmente, por conta das medidas de contenção contra o novo coronavírus, as atividades estão suspensas. Porém, com a expectativa de retorno assim que houver a liberação por parte das autoridades competentes. Em Mogi Mirim, o Instituto Barrichello conta com núcleos no CRAS Zona Norte, Ginásio Maria Paula, Acojamba e Clube São José.

Fotos: Arquivo; Divulgação; Duda Bairros/Vicar

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