sexta-feira, novembro 22, 2024
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Caminho livre para a dignidade

Quando se fala em Parque das Laranjeiras, imenso loteamento localizado na zona Leste de Mogi Mirim, as palavras indignação e incompetência logo vêm à mente de boa parte do mogimiriano, tamanha irresponsabilidade de seguidas administrações municipais com os moradores que vivem na região. Desde a liberação do terreno, ainda na gestão de Ricardo Brandão, prefeito de Mogi Mirim entre o final da década de 70 e o início da década de 80, a negociação com a Emprelotes, uma das principais responsáveis por erguer o loteamento e não oferecer condições de igualdade perante outras regiões da cidade no que diz respeito á infraestrutura urbana, aliada à situação que se arrasta há quase quatro décadas, muito se prometeu na busca por propiciar o mínimo para um povo tão sofrido, no direito de ter como posse um local digno para viver.

O dia 28 de novembro de 2018, mais conhecido como a última quarta-feira, já é uma data escrita na história de Mogi Mirim. Após tentativas frustradas em reestruturar o bairro, durante suas gestões de 2005 a 2008 e 2009 a 2012, coube a Carlos Nelson Bueno ser o salvador da pátria e obter, via financiamento junto à Caixa Econômica Federal, mais de R$ 18 milhões para levar novo asfalto, guias, sarjetas, sistema de água e esgoto, iluminação, entre outras melhorias, a quem sai de casa e se depara com lama, terra, buracos, cratera e todo o material da pior espécie, cenário que nem de longe lembra o de cidades minimamente urbanizadas.

Contudo, conforme assumido pelo próprio prefeito na quarta-feira, não basta o financiamento. Embora seja o fiel da balança, caberá a Prefeitura gerir os recursos, liberados em parcelas, da melhora maneira possível. Com inflação nas alturas e a subida de preço de produtos e materiais essenciais para as obras, o Poder Público não pode dar ao luxo de gastar a torto e direito e ver o montante exaurir pelas mãos e a obra ficar inacabada.

Se na gestão de Stupp, a Prefeitura obteve mais de R$ 40 milhões para a obra, o sonho esbarrou na balbúrdia do governo, atolado em dívidas, com suspeitas de irregularidades e sem garantias financeiras. Carlos Nelson admitiu que essa gestão financeira à mão de ferro, imposta desde o primeiro dia de seu governo, foi fundamental para garantir o apoio da Caixa Econômica.

É importante, a partir de agora, cumprir os passos, controlar os gastos e mostrar a competência necessária, correspondendo à expectativa de milhares de pessoas. O que está em jogo não é apenas um monte de cimento, blocos, pavimentação asfáltica e máquinas, mas a hombridade de todo um povo, a dignidade, o respeito e o orgulho de seres-humanos que poderá se sentir orgulhosos por viveram em um local digno. A Administração Municipal tem em mãos seu maior desafio. Caso tenha êxito, será difícil não lembrar, no futuro, do governo que curou uma das principais feridas do município.

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