segunda-feira, abril 21, 2025
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Campanha começa em baixo nível

As eleições de outubro, definitivamente, começaram em Mogi Mirim. E da pior maneira possível. Uma semana antes do início das convenções partidárias, que definirão os candidatos a prefeito e vice, além dos vereadores, Mogi Mirim se viu dominada por uma prática arcaica e retrógrada, mas infelizmente presente em centenas de municípios espalhados pelo país. Os ataques a candidatos por meio de folhetos publicitários. O alvo desta vez: Carlos Nelson Bueno, do PSDB, o mesmo candidato que com todas as letras, disse que não tinha a pretensão em voltar ao posto que ocupou por oito anos.
O material tomou conta de ruas do Centro e de bairros.

Como na maioria das vezes, não teve autoria assumida por nenhum grupo político. Aliás, esta é apenas uma das críticas que podem ser aplicadas aos folhetos. Se por um lado a ideia em expor períodos difíceis vividos pelo ex-prefeito ao longo de sua gestão pode ser positiva do ponto de vista de relembrar a população, e mostrar dificuldades, de outro os responsáveis pela “publicidade” deveriam dar a cara para bater, assumir o feito e promover um debate aberto, em alto nível, e não às escuras. Isso só gera teorias da conspiração, e pode prejudicar os principais rivais na disputa.

Outro ponto que merece análise é o material em si. Distribuídos horas depois do anúncio da candidatura, o que por si só já escancara a produção com antecedência, os panfletos carecem de qualidade, com letras garrafais em vermelho e escritas em cima de manchetes de jornais, aparentando como se fossem os próprios veículos de comunicação os autores das críticas ao ex-prefeito, e que não apenas estivessem retratando problemas ocasionados por ele mesmo em sua gestão, algo comum e papel da imprensa. O terceiro ponto é a sujeira desnecessária. Não bastassem problemas de coletas de galhos, entulhos, lixo e da limpeza pública em geral, os panfletos emporcalham ainda mais o município.

Se a prática já foi adotada por este ou aquele político no passado, o discurso dos próprios partidos em renovação torna-se incoerente. Como falar do novo se a aposta é em algo tão sujo e velho? Distribuir críticas de forma baixa por meio de folhas de papel não parece a melhor forma de cativar o eleitor.

Compactuar com algo deste tipo é no mínimo estranho. Carlos Nelson pode usar os panfletos em benefício próprio, e mostrar que não precisa deste tipo de artifício para vencer uma eleição. A manobra pode ter sido um tiro no pé. A atitude, por si só, mostra e alerta para uma campanha de baixo nível, justamente em um momento tão conturbado, onde o município necessita do debate de ideias e propostas de melhorias, antes que não se afunde ainda mais.

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