Lideranças políticas da região e de outras cidades do Estado de São Paulo, militantes e apoiadores estiveram na manhã de sexta-feira, 14, no Bristol Zaniboni Hotel para participar do encontro com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa com Luís Inácio Lula da Silva (PT).
Em campanha para o segundo turno, Alckmin acredita na virada do ex-presidente Lula no Estado de São Paulo. No primeiro turno das eleições, em 2 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, ganhou em 515 cidades das 645 do estado de São Paulo e obteve a preferência de 47,71% do eleitorado paulista – 12,2 milhões de votos. Lula ficou com 130 cidades e 40,89% dos eleitores – 10,4 milhões. Para Alckmin, os números já mostram uma virada petista em relação à eleição de 2018.
“Na última eleição, a diferença do Bolsonaro para Haddad (Fernando Haddad, então candidato do PT à Presidência da República) foi de 8,2 milhões de votos no Estado de São Paulo. Agora, foi 1,6 milhão. Mudamos 6,6 milhões de votos. A diferença reduziu e vai reduzir mais ainda. A Simone (Simone Tebet, que disputou a presidência pelo MDB) teve 6,5% dos votos no Estado. Ela está apoiando Lula, muitos que apoiaram a Simone agora apoiam o Lula, o Ciro (Ciro Gomes) teve 4%, o PDT já declarou apoio, o Cidadania, que apoiou a Simone, já declarou apoio. Agora é hora de conversar com os eleitores, com respeito e com humildade, mas mostrando que é possível melhorar o Brasil”, frisou.
Para o ex-governador, a queda na diferença de votos tem vários motivos. “De um lado a força que o Lula tem junto à população, a imagem boa, no tempo dele (na presidência), o Brasil cresceu mais de 4% ao ano, não teve inflação, salário mínimo com ganho real, 22 milhões de empregos criados com carteira assinada, as pessoas comparam, se vivia melhor, podia viajar, o poder de compra era melhor. Do outro lado, os erros do governo atual, a começar pela pandemia. Se tivesse começado a vacinação no momento certo, e liderado a campanha, não teríamos tido 680 mil mortes”, argumentou.
Em seu discurso, Alckmin elegeu a educação como a principal bandeira para vencer a eleição em 30 de outubro. Criticou o Governo Federal, que disponibilizou R$ 19 bilhões para o orçamento secreto, mas que tem recursos para custear a construção de apenas cinco creches em 2023. Uma das propostas apresentadas pelo pessebista para melhorar a educação e que é uma bandeira também defendida pela senadora Simone Tebet é o investimento na educação infantil.
“Temos um déficit de 300 mil vagas para crianças de 3 a 5 anos. Nosso projeto é zerar essa falta de vagas”, disse. Maximizar o maior número de escolas em tempo integral também está no plano de governo, bem como incentivar o jovem a concluir o ensino médio. “35% desses jovens entram, mas não terminam o ensino médio. Temos que incentivar esses jovens a concluir e não abandonar”, frisou.
Nesse sentido, a proposta de poupança jovem, apresentada por Simone em sua campanha presidencial, foi incorporada ao plano de governo da chapa Lula-Alckmin. A partir do sexto ano do ensino fundamental, será destinado um recurso para formar uma poupança para o jovem até o final do ensino médio. Quando ele terminar esse ciclo educacional, o jovem terá cerca de R$ 5 mil para abrir um negócio ou investir na continuidade dos estudos.
Outro tema abordado pelo candidato a vice-presidente foi a questão do emprego, o que ele chamou de um desafio do mundo diante do avanço da tecnologia. Para Alckmin, a reforma tributária e o incentivo à construção civil são algumas ferramentas para combater o desemprego. Destacou a necessidade de aumentar o ganho real do salário mínimo e de retomar o programa habitacional para as famílias de baixa renda.
“O mundo está de olho no Brasil. Nosso país tem infraestrutura e logística para atrair investimentos. A vitória de Lula dará estabilidade política ao Brasil e uma agenda de competitividade”, ressaltou. Devido a um compromisso em Limeira, o ex-governador não participou da carreata realizada pelos militantes. O comboio percorreu a avenida Padre Roque e a Rua Conde de Parnaíba, encerrando a mobilização no Espaço Cidadão.
