sexta-feira, novembro 22, 2024
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Careca relembra futebol italiano e seleção brasileira

No último capítulo de suas histórias, Careca aborda mais momentos de Napoli, da Itália, o ritual em decisões e fala sobre tristezas pela seleção brasileira em 1982 e 1990.

Boteco – Na Itália, havia uma cobrança em relação à vida noturna mesmo com Careca e Maradona, que resolviam em campo?

Careca – Na verdade, você tem que jogar, jogando não tem o que falar. Mas claro que quando a fase está ruim, não dá para abusar. Mas é uma normalidade, você sair, tomar uma cerveja, ficar duas, três horas, com a família às vezes, a maioria das vezes a gente ia sozinho, isso é bom. Tinha os jornalistas, papparazo, que fotografavam, mas como a gente já conhecia os locais e os donos, os jornalistas não entravam. Não tinha lá dentro os paparazzo, mas na chegada sempre tinha um outro esperando a chegada de um jogador.

Boteco – Qual seu jogo inesquecível pelo Napoli?

Careca – Fomos campeões da Uefa, um título que o Napoli não tinha, tinha já o Scudeto. Mas o da Uefa foi espetacular, enfrentamos times alemães, como o Bayer de Munique, que ganhamos na semifinal. Foi muito importante. Mas o Scudeto, o título italiano, a importância é muito grande, Supercopa também. A Uefa foi mais importante e mais difícil.

Boteco – E qual seu jogo mais marcante?

Careca – Acho que os jogos contra a Juventus, que era o rival maior nosso, sempre foram fantásticos. Ganhamos de 5 a 3 deles lá em Turim e eu fiz três gols. Foi um dos tops pela rivalidade, por ser a Juventus um time poderoso e o Napoli ter ido lá e enfiado cinco gols.

Boteco – Você tinha algum ritual antes de jogos decisivos?

Careca – Eu sempre fui muito tranquilo, eu gostava de fazer um futetênis para aquecer dentro do vestiário. Sempre com brincadeira, ouvindo música, samba. Na verdade meu foco, minha concentração era na hora de passar o túnel, na entrada para subir, quando eu entrava ali, já começava a subir a escadaria, eu me desligava de tudo. Não cumprimentava, entre aspas, ninguém. Lógico que a gente sempre tem amigos que jogam nas equipes adversárias, mas assim: “opa, opa”. Rápido, não gostava de muita resenha. Porque ali era onde eu focava e pedia, lógico a Deus, para me iluminar e para que eu não me machucasse, o resto a gente sabia fazer. Mas eu era muito tranquilo, ouvindo música, brincando com todos, graças a Deus deu muito certo.

Boteco – O Maradona conversava com você sobre a partida de 90 na Copa do Mundo, em que a Argentina eliminou o Brasil?

Careca – Depois sim. Depois do jogo, trocamos camisa, tentou me consolar, mas foi uma partida muito particular. Jogamos muito mais, fomos muito mais time, infelizmente ele teve uma ação espetacular que ele sempre foi, conseguiu fazer a jogada e o Caniggia fez o gol. Mas foi sempre uma pessoa muito querida pela família e eu tenho muito carinho, torço muito por ele.

Boteco – Em relação a 1982, ficou uma frustração por não ter participado? Se tivesse lá, acredita que a história seria diferente?

Careca – Não sei se seria diferente, eu estava bem, treinando, quatro dias antes eu me machuquei. Poderia ter sido uma opção a mais, tinha o Serginho que era o goleador, finalizador, eu era mais de mobilidade. Seria uma opção a mais para o Telê durante uma partida ou durante um jogo talvez precisando de mais mobilidade, poderia contar comigo. Mas são coisas que acontecem dentro do nosso meio do futebol.

Boteco – Valeu Careca!

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