A audiência pública do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) realizada ontem a tarde na Estação Educação trouxe a discussão sobre o gerenciamento de resíduos sólidos e de águas pluviais para a elaboração da versão final do Plano Municipal de Saneamento Básico. Os investimentos propostos demandariam mais de R$ 188 milhões.
O estudo, realizado pela empresa EMA – Engenharia Ambiental, mostra dentre outras coisas, que o município gasta mais terceirizando o serviço de coleta de resíduos do que se assumisse a gestão do trabalho. A inexistência de um aterro municipal; subutilização de materiais inertes, como materiais de construção civil e a falta de programas de compostagem foram carências encontradas.
“O lixo é uma coisa séria, e cada vez mais o Ministério Público está mais exigente com a responsabilidade dos municípios. Hoje, 90% do lixo é orgânico. Então a solução é investir na educação para a coleta seletiva”, considerou o presidente do Saae, Celso Cresta.
Com relação ao sistema de manejo de águas pluviais, a consultoria apontou que o município necessita de ações urgentes de melhorias para evitar a ocorrência de catástrofes e prejuízos, como ocorreu há alguns anos no Córrego Santo Antônio.
A construção de piscinões, ou seja, reservatórios que seriam totalmente alagados durante as chuvas, é uma opção oferecida pela consultoria. “Não vejo grandes áreas na cidade para fazer isso”, descartou Cresta.
Outras carências nesse sentido são as tubulações antigas, que contribuem com vazamentos, além de materiais obsoletos, diâmetros inadequados e distribuição mal realizada devido a expansão desordenada do município. “Isso é o mais caro. Teriam que ser investidos R$ 100 milhões para trocar a rede”, destacou.
Terceirização
Sem dispor dessa quantidade de verbas, a concessão de serviços novamente é apoiada pelo presidente da autarquia. “A terceirização é a melhor forma, porque não conseguimos R$ 100 milhões para fazer isso. A empresa que vencesse a licitação faria, administraria por 30 anos e depois seria devolvido ao município”, explicou. Com o que seria arrecadado, o Saae financiaria o pagamento, sem promover qualquer custo para o contribuinte.