Depois de cinco rebaixamentos nas últimas seis competições, o Mogi Mirim tenta superar a crise que parece sem fim e, uma das medidas para a Série D do Campeonato Brasileiro, é incomum: uma dupla de treinadores.
Auxiliar-técnico do Sapo no ano passado, em parte do período em que o time foi dirigido por Mário Júnior na Série A-2 do Campeonato Paulista, o treinador Carlos Júnior retornou para fazer uma parceria com Angelo Neto, que comandou o Mogi na reta final da A-3 de 2018.
Em princípio, Carlos Júnior, que teve como último clube o Cabense-PE, conta ter vindo para ser o técnico, mas ao chegar foi colocada a ideia de atuar ao lado de Angelo, o que aceitou até surgir outra proposta. Foi definida a nomenclatura de primeiro treinador para Angelo e segundo para Carlos. A ideia é que ambos tomem as decisões em conjunto e possam dar treinos simultâneos. “A ideia é compartilhar tudo. São dois perfis diferentes, os dois mandando, trabalhando simultâneo em prol do Mogi”, colocou Carlos Júnior, em entrevista a O POPULAR. “Será um trabalho em conjunto e alinhado. Quem ganha com isso são clube e elenco, que terão a atenção de dois profissionais”, frisou Angelo, em texto divulgado pelo clube.
Carlos Júnior entende que sua experiência aliada à juventude de Ângelo pode dar uma mescla positiva. “A gente está numa sintonia até legal, por se conhecer há pouco tempo, se respeitando. Estou fazendo um trabalho sério, ajudando, de coração aberto, ele a progredir, mas esperando meu momento também”, avisou.
Há possibilidade de ambos ficarem no banco de reservas, mas precisam revezar para orientações na área técnica.
Carlos revelou ser possível que ele assista o primeiro tempo das arquibancadas para uma visão do plano tático e a segunda etapa ao lado de Angelo.
Durante a A-3, Angelo viveu uma experiência semelhante com o auxiliar-técnico Todinho, treinador do time antes de sua chegada. Em uma das partidas, Angelo acompanhou o jogo das arquibancadas e Todinho ficou como técnico no gramado.
Experiência
O último clube de Carlos foi o Cabense, de Cabo de Santo Agostinho-PE, no ano passado. A carreira foi iniciada no Santa Cruz-PE, onde iniciou nas categorias de base e ficou 12 anos no clube. Depois, comandou uma série de clubes como América-PE, Estanciano-SE, Santa Cruz-RN, Evangélica-GO, Sete de Setembro-PE, Centro Limoeirense-PE e Santa Helena-GO, além de ter tido passagem pelo União Suzano-SP. Pelo Evangélica, conquistou o acesso à Série A-2 do Campeonato Goiano. No futebol alemão, foi auxiliar do Stahl Brandenburg, na Quarta Divisão. Como jogador, atuou na base da Santa Cruz-PE e no profissional do Lençoense-SP.
Licenças CBF
Recentemente, Carlos concluiu o curso Licença A da CBF. Anteriormente, havia feito o licença B. Entre os estudos, fez estágio por 20 dias no Roma, da Itália, e 15 no São Paulo, de Muricy Ramalho. Entre os cursos pelo Sindicato dos Treinadores do Futebol Profissional do Estado de São Paulo (Sitrefesp), acompanhou treinamentos do técnico Tite. Também realizou um curso de análise de desempenho.