Caros leitores, esta semana tivemos na Câmara um julgamento de contas públicas. Trata-se das contas de Carlos Nelson Bueno, do seu primeiro ano de mandato da sua terceira gestão à frente da Prefeitura. E foi aprovado, claro. Nem poderia ser diferente. Afinal de contas, o julgamento de contas públicas na esfera legislativa é sempre político.
É aí que contas com pareceres favoráveis são derrubadas e do contrário também. Depende muito mais da bancada pró ou contra existente na Casa de Leis no momento da votação. Por mais que a peça venha muito bem embasada pelo Tribunal de Contas. No final das contas o que pesa mesmo é a decisão política.
No caso do ex-prefeito – julgado agora em uma nova Legislatura sob o olhar de um novo governo – pesou o fator de ainda ser forte a bancada pró-CNB. Afinal foi quem mais elegeu vereadores – sete, incluindo a presidente Sonia Módena, que, aliás, também vota quando o assunto é contas públicas. Tá. Mas do outro lado tem 10 ou nove, já que Robertinho Tavares estava ausente cuidando da saúde. Alguns deles se intitulam independentes.
Então deu Carlos Nerso, claro. E creio que com sensatez. Tendo em vista o parecer do TCE, que apontou falhas, sim, todavia sem dolo, como a própria Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara constatou.
Vale lembrar que uma reprovação de contas torna o dono delas inelegível, o que, no caso do ex-prefeito, não faria diferença. Aos 81 anos, ele já afirmou que não é mais candidato a nada.
Nessa disputa política entre pró e contra CNB foram votos vencidos Tiago Costa e Cinoê Duzo, mantendo a coerência de ferrenhos opositores de CNB, Dirceu Paulino, que é líder do atual governo na Câmara, Luzia Cristina, mulher do atual prefeito Paulo Silva, Joelma Franco, mulher de André Mazon, outro opositor de CNB, e Márcio do Boxe, eleito na chapa de oposição a Carlos Nelson. Mara Choquetta, eleita na chapa de Paulo Silva, destoou. Votou com CNB. Foi coerente à Comissão de Finanças e Orçamento. Do outro lado, 100% de fidelidade a CNB.
Por hoje, só sexta que vem.